quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sempre Grotesco

Numa tentativa frustrada de ser/parecer poético descobri que a poética romântica está nas palavras que não são ditas. Esta nos gestos que, por menores que sejam, são executados com maestria.
Descobri que o patético pode ser,e é geralmente muito poético. E acaba por se transformar no decorrer dos muitos caminhos de sentimentos e emoções em algo artístico, belo. O patético está ligado àquilo que nós tentamos desesperadamente esconder, talvez de nós mesmos e verdade. Uma verdade suja e nojenta, aquilo que nos forma enquanto seres. Tentamos nos livar dela com a esperança de sermos melhores e acabamos negando uma parte especificamente linda, que só o grotesco pode nos oferecer.
Enquanto seres que escondem-se nas sombras, nosso dever é deixar guardado tudo que de ruim temos. Manter distante dos olhares curiosos: nossos medos, fantasias, desejos, afetos, imundices.
Descobri que a felicidade não está em quanto vc ganha ou quanto perde. Está em passar uma tarde de dezembro com algum amigo catando os pedaços de estrelas que caíram do céu, contando segredos, que geralmente só se pode confiar a um único. Tirando o passado do armário reformando as partes feias e deixando tudo mais branco para ser sujo novamente.
Hoje, e somente hoje descobri que podemos e devemos ser intensos.
Somos todos seres vis, grotescos, asquerosos. O mínimo que devemos fazer é tentar fazer desse grotesco o melhor possível tornando-o belo, mas sempre grotesco.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O que eu gostaria de dizer...


O que eu gostaria de dizer é que eu não sei a forma das coisas, o tempo das coisas, o lugar , a ordem dos dias, a cor das faces. Eu não sei pra onde esse barco vai, em que porto ele vai atracar. Eu gostaria mesmo de dizer que as alegrias me são muitas e as tristezas infinitas. e por mais que eu tente negar eu devo dizer aqui, devo assumir, que todos os riscos que assumi, os lugares em que deixei de estar para hoje, estar dizendo que não existe verdade, são os lugares que construiram a minha personalidade e os lugares que eu construi.
Não existe uma só verdade em toda a humanindade. Existe apenas a representação de muitas verdades universais. Quando criança costumavam me dizer que só as coisas que eu via eram verdade, costumavam me dizer que bicho-papão, cuca, e "véio do saco" eram apenas para enganar as crianças, eu era uma delas. Não me lembro de acreditar em papai noel, mas já ouví casos de crianças roubadas por "velhos do saco"
Me lembro de ter fantasias como qualquer outra criança. e Era duende, cachorro, sapo, amigo irmão, namorado. Eu podia e posso ser qualquer pessoa.
O que eu tenho realmente de importante para dizer é que a confusão se tornou tão presente que às vezes não sei mais se o presente já acontece ou se ainda estou no passado. Mas essa confusão toda, esse entremes de detalhes sórdidos que estão ou que já estiveram na minha vida, me fazem ver que o mais importante é manter o fogo sempre aceso. Porque tudo muda o tempo todo.
O que eu realmente posso dizer no momento é que o meu desejo não tem nome. Meu desejo é metamórfico, minhas emoções possivelmente controláveis. Minhas verdades estão sempre esgotando-se, se tornando mentiras. E eu sinto que nem sempre o que existe é o que se pode ver. Há muito mais de invisível no que vive plenamente em nós.
O que eu gostaria de dizer, é que tirando as verdades imutáveis, os valores que não pertencem a todos. Em se tratando de vida tudo é sempre imperfeitamente mutável, tudo varia, tudo tem um outro lado, uma outra cara, outro caminho. E isso tudo depende de como você quer enxergar.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

No Mezanino do Inferno.


Na igreja Católica Apostólica Romana o limbo é um lugar entre o céu e a terra onde ficam almas inocentes que, contudo, sem terem cometido de fato um pecado mortal ficam eternamente privadas da presença de Deus. "Criado" por São Gregório e posteriormente aperfeiçoado por São Tomás de Aquino, seria a alternativa criada para resolver o problemas das crianças que morriam sem serem batizadas, por exemplo.
Conceitos à parte, hoje é um dia especial. Hoje, foi o dia em que me dei conta do fato de que estou no limbo, não estou nem de um lado nem de outro. Estou entre o céu e o inferno, entre a faca e o queijo (o que me rendeu um belo e fundo corte no dedo). É como se eu estivesse preso entre a névoa e o calor do sol em uma manhã de outono em que as casas ainda se encontram silenciosas e as ruas vazias.
Estar no "Mezanino do inferno" é pior do que estar nele de fato. É como estar sempre no meio do caminho, sempre entre o antes e o depois, sempre entre a possibilidade de se tornar e a realidade de inda não ser. É como um sensação de impotência, porque as vezes o que vc sente é pior do que as pobres almas que estão no limbo e sem conseguir ter a magnânima presença do Todo-poderoso, ficam lá: contando as pertículas de águas que formam as núvens.
Talvez o limbo terrestre seja dia após dia ver que seus esforços parecem ser em vão. Isso obviamente te faz pensar se está dando tudo de sí, te faz pensar que poderia ser melhor, no amor, na limpeza, no trabalho, nas relações. E derrepente numa terça-feira qualquer de outubro você consegue se notar entre milhões de pessoas e se vê peloas olhos do outro, alí voltando de algum lugar onde tinha depositado algumas fichas da sua sorte, meio fracassado meio esperançoso de que o Mezzanino do inferno seja pelo menos um bom lugar para se observar os que te rodeiam. Apesar de parecer que está olhando tudo de camarote, te dá sempre aquela vontadezinha de pular sobre o palco e gritar a que veio. Depois desse devaneio, você cai em sí e percebe o tempo todo haviam grades impedindo a sua saída. Seria triste, se você não tivesse um maçarico e algumas limas na mochica.

sábado, 4 de outubro de 2008

Ontem eu me paguei pensando em nada. Depois de um dia cheio eu me encontrei parado, estático, de braços caídos e com a água descendo pelo corpo. Não lembro no que pensava provavelmente pensava em nada.
Sabe aquele momento em que vc está totalmente alheio a tudo e ao mesmo tempo não? É difícil explicar, mas é assim: Você está olhando fixamente para algum lugar e ao mesmo tempo não olha para lugar nenhum. Credo , parece que nesse momento a sua alma vai dar uma volta e abandona por poucos segundos o corpo que fica vazio.
Olhando pra dentro olhando para o nada, para o vago, me deu medo. Medo de ficar assim pra sempre, sempre olhando para o que parece não existir.
Para um dia chuvoso está mais do que ótimo essas poucas linhas.
Hoje me sinto como se tivesse esquecido ou perdido alguma coisa. E ultimamente esse sentimento é constante, saio dos lugares e sempre olho para trás.
"Hoje eu poderia estar em qualquer lugar, mas escolhil ficar aqui e ver o fim. E o fim, é só o lugar para onde partimos."
Tá bom neh!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que hoje, posso comparar a um doce francês.


Outro dia, voltando de algum lugar, de ônibus. Entre conversas que ouvia de pessoas ao redor sobre; política; planejamento doméstico; baladas; e sexo, senti que um vazio tomava conta do meu peito. E por um momento minha cabeça esvaneceu-se de pensamentos e ficara vazia. Vazia. Vazia de qualquer coisa que pudesse ser pensada, planejada, cantada, imaginada. Senti um terível medo de ficar assim para sempre e não poder mais fazer parte desse "mundo". Então de repente as coisas voltaram ao normal, ou quase.
Mesmo estando novamente no mundo dos pensantes, eu não vivia, apenas pensava porque era obrigado a pensar. E logo as coisas que tinha a fazer durante a semana, os trabalhos de faculdade, as contas a pagar me tomaram o cérebro e eu estava como todas as outras pessoas do ônibus: fingindo uma suposta felicidade e vivendo uma pseudo vida.
Na metade do caminho, comecei a tentar lembrar quando foi realmente a última vez em que me senti realmente vivo. Sabe, aquela sensação que temos de estar vivos? Não sei, é uma mistura de felicidade, uma euforia, uma vontade de fazer as coisas todas de uma vez só e sair abraçando e beijando todo mundo. Bom, isso sem cafeína envolvida.
Numa espécie de regressão consciente, voltei a infância. Devia ter uns quatro ou cinco anos, estava na praia, era fim de tarde. Mas não um fim de tarde qualquer. Era um fim de tarde que me parecia tão vivo, parecia que o céu ia pegar fogo, de um vermelho intenso, quase laranja. E a chuva que caía era gostosa, fria. Lembro que tinha algum adulto junto. Não lembro quem. E lembro mais do que qualquer coisa a sensação que tinha ao entrar naquela água do mar quentinha fazendo um contraste com a chuva fria. Hoje posso comparar a um doce francês. E essa foi uma das últimas vezes em que me senti vivo de verdade.
Claro que depois desta devo ter sentido algo parecido outras vezes. Mas nada será igual a isso. Uma lembrança tão clara, das temperaturas, das cores. E hoje em dia só atinjo esse estágio de vivacidade quando estou "realmente"em cena. Assim, e só assim posso sentir que tenho quatro anos...
Porque mesmo que eu acordei pensando nisso? Ah! talvez porque esteja perto do meu dia de ficar mais velho.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quando começaram os arrepios e as riminhas bregas.


Preciso desabafar, algo que de estranho vêm acontecendo. Já faz um tempo que não consigo passar um dia sem sentir-me arrepiado e sem fazer rimas bregas. É uma felicidade ridícula, uma vontade de ser gentil, de fazer o bem, de dar o lugar aos mais velhos. É como uma estranha vontade de sair cantando na rua, na meio do calçadão, ou no ônibus, qualquer música. Mais ou menos como nos musicais. Como a gordinha do "Hair Spray", pegar carona no caminhão de lixo sobre a caçamba e cantar até o destino final. Uma vontade de pendurar fitas do senhor do bonfim no pulso sem me preocupar se é brega ou não. Enfim, eu já não me reconhecia mais.
Tudo começa incrivelmente numa sala de bate-papo. A primeira fase trata-se apenas de tesão, sexo descompromissado. Ok, ambos divertem-se muito, e entre encontros e desencontros, bolos e canos, acaba acontecendo o encontro. Mesmo que um deles já tenha percebido que existe algo a mais no ar finge não estar acontecendo nada. Mas no dia seguinte ao encontrar para o sexo casual e nas semanas que se seguem, não consegue tirar da cabeça os momentos, os toques. Então persegue. De maneira sutil, é claro. Mensagens de celular, bom, diria intermináveis mensagens de celular. Essa perseguição tem resultados e começam a haver respostas, e até um convite pra uma segundo ou terceiro encontro.
Depois, do terceiro,veio o quarto, o quinto, o sexto e não conseguiram mais parar de ver um ao outro. Todo dia era pouco. Dentro de um mês não se viam sem o outro. Um sentimento de falta com querer-bem e desejar toda a felicidade do mundo, uma preocupação com os problemas necessidades, um profundo respeito, e sentido de compreensão.
E foi nesse momento que descobri que o sexo fazia sentido. Porque não era mais vazio, era como se nesse momento as coisas se equilibrassem. O sexo metade e o amor a outra. Os arrepios, as mordidas, os beijos por toda a parte do corpo, as línguas os olhares, pêlos, as caras de prazer/ amor. Uma mistura de raiva, amor, tesão, paixão. Não sei.
Realmente não sei. Não sei precisar onde exatamente começaram os arrepios, mas agora eles estão constantementes presentes em meu cotidiano. Já fazem parte do meu bom-dia, da minha noite fria, das minhas tardes cheias ou vazias. E essa riminha brega, e de péssimo gosto eu devo ao amor. Feliz ou infelizmente o amor é brega.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Será mesmo???


Em mais uma manhã de primavera, o frio castiga as as feces que saem na rua. E aos que ficam dentro de casa têm a difícil obrigação de levantar da cama. E foi nessa manhã de primavera, que chega com ares de final de outono, que me vi obrigado a tomar algumas decisões. Decisões de cunho profissional. Ou não. Isso não seria problema algum se eu fosse de touro, câncer, escorpião, ou qualquer outro signo do zodíaco. Mas não, eu sou libriano. E como todo bom libriano eu fujo como o Diabo foje da cruz na hora de tomar partido.
A indecisão é como um eterno ponderar. Perde-se muito tempo na vida tentando descobrir qual é o melhor caminho: o da direita ou o da esquerda; qual a melhor blusa, a cor que fica melhor com seu tipo de pele. A cor predileta azul, vermelho, preto, roxo ou verde?? Ovomaltine ou chocolate? Você pensa, observa, analiza, julga, até descobrir que as duas pertes estão certas. Certo? Não, o que ocorre é que pelo fato de algumas pessoas se sentirem culpadas por tudo, ou quase tudo, ficam enrrolando antes de decidir. Porque decidir é assumir riscos, tomar posições, ficar na linha de fogo, dar a cara à tapa. Ou qualquer outro desses ditados populares que significam quase a mesma coisa.
É muito mais cômodo deixar que as outras pessoas decidam por nós. Para isso elegemos políticos, temos líderes sindicais, Líderes estudantis, presidentes, prefeitos, pois se algo der errado culpamos o fulano lá que não desempenhou bem seu trabalho. E nos livramos de toda e qualquer culpa. Quando na realidade nós, e só nós temos culpa, porque "talvez" nos deixemos levar, por essa comodidade de não precisar se responsabilizar por nada que dissermos, ou fizermos. Ou seja, por essa indecisão que é mais um medo de ser julgado, acabamos por ter a mesmo opinião que todos, as mesmas vontades que todos. Ficamos passivos ante a liderança, e nos deixamos guiar como cordeiros que seguem o pastor porque não queremos ser obrigados a decidir por nós mesmos.Complexo? Sim... acabo de mer perder tentando decidir se concluo ou deixo esse texto em aberto. Na dúvida, a indecisão é apenas uma fuga de uma futura culpa. Caso algo dê errado nós não seremos obrigados a pagar o preço que se paga quando se erra, ou uqnado se assume uma posição contrária."O medo é a medida de indecisão" ou não.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

São tolices...

Ele acordou ao som de uma música que lhe traz boas recordações. Mesmo que saiba que ainda há chances de ser feliz, lhe parece que o mundo pesa demais. É como se fosse Atlas que tem a difícil missão de segurar nas costas todo o planeta.
Acorda cansado, pesado. Levanta da cama como que por uam obrigaçã ode ser feliz; e sente a mesma sensação que se tem quando deve ler livros de vestibular por obrigação. Vai para a cozinha e nõa encontra razões para comer, sente-se fraco, incapaz de olhar para o novo dia cinzento que faz lá fora. Ele preferiria estar dormindo, preferiria dormir eternamente, porque a vida lhe dói a cabeça; lhe dói a face; lhe doi o corpo todo.
Ele não entende porque é assim. No dia anterior sentia uma profunda felicidade apenas no fato de viver, e hoje estranhamente não passa de uma vítima de sí próprio. Sua fala sai por obrigação, sua cabeça dói, seus ouvidos parecem querer explodir e sua mente não consegue se focar em nada. É como uma casa vazia. Não sabe como mudar a atual situação, pensa em alguma maneira de se libertar desse fardo que é viver, e nõa pensa em nada mais óbvio do que continuar vivendo. Não sabe se o erro está no mundo, ou nos planos que parecem não seguir o combinado. Não sabe se o erro está em ser fraco, infantil. Acha que em sua vida não sai como imaginava, não que achasse que as coisa seriam fáceis... só nõa sabia que ia ser tão difícil viver.
Talvez ele se esconda num mundo de fantasias, talvez gosto de fugir do mundo real, criar possibilidades, talvez tenha preguiça de lutar, talvez seja apenas frágil.
Ao mesmo tempo em que deseja ardentemente se libertar dessa força que sente lhe impulsionando para baixo, nõa consegue evitar as situações difíceis.
Avontade que tem em seu peito de gritar é semrpe abafada, e acaba por se encaminhando para o corpo que sente dores, náuseas, enjôos e deseja flutuar, sair correndo pra longe. Talvez use isso como metáfora para a fuga diária que faz. A algumas horas da noite pensa já em ir pra cama cedo, desejando que o dia seguinte traga novo ânimo e vivacidade para sí.
Agora ele está parado em frente ao computador pensando se deveria mesmo escrver essas tolices acima....

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Apenas hoje...




Hoje devia ter ido ao museu, devia ter comido menos carboidrato, ter comido mais fibra. Hoje, devia ter dormido menos, ter feito mais sexo, ter dado mais atenção, ter respirado mais fundo. Hoje devia ter caminhado um pouco, devia ter me entregue de verdade. Hoje, devia ter caído em mim, ter aceitado a chuva sem me proteger. Hoje devia ter olhado nos olhos, devia ter cantado. Ter feito as malas, devia ter achado os caminhos, ter descoberto os segredos que me escondo. Hoje devia ter criado rotas; caminhos. Devia ter acredito que podia. Hoje poderia ter visto o mundo, poderia ter dormido menos. Devia ter prestado mais atenção nos fiapos de frango que desfiava, poderia ter observado com mais calma as crianças ensaiando com suas flautas para a parada de amanhã. Hoje poderia ter limpado a pele, poderia ter tomado mais banho. Hoje poderia ter tomado menos café, ter tomado mais água. Hoje poderia ter lido mais livros, poderia ter bebido mais chá de camomila; erva doce; cidreira; limão; laranja. Ter sido mais romântico, depravado. Poderia ter criado mais frases, ter acreditado em mais coisas, ter contestado outras que deixei passar. Hoje poderia ter escrito um diário, poderia ter descoberto algum continente. Poderia ter crescido. Hoje poderia ter medo de cair, poderia ter sido vencido pelo cansaço, poderia ter amado mais. Hoje poderia ter lançado livros pela janela, poderia ter gritado mais alto que podia, poderia ter subido no telhado e gritado palavrões. Hoje eu poderia ter descido de escada, poderia ter levado o lixo, poderia ter batido o carro, poderia saber dirigir, poderia ter paciência. Hoje poderia saber aramaico; mandarim; alemão e russo. Hoje eu gostaria de poder voar, poder tocar, gostaria de um crèeme brûlè. Gostaria de escrever sobre amor, sobre a dor. Gostaria de ter asas, gostaria de ser anjo, homem, mulher. Gostaria de ser gato para cair em pé, gostaria de ser sexy, gostaria de ter maus pensamentos, de agredir alguém. Hoje eu gostaria de um linchamento público. Gostaria de um corredor polonês, para ver se a dor me faz sentir alguma coisa. Gostaria de perseguir operadores de telemarketing. Gostaria de bater em velhinhas que não limpam a sujeira de seus cachorros na rua. Hoje eu gostaria de uma passeata em favor do aborto, da pena de morte, do incentivo ao tabagismo nas escolas. Hoje gostaria de estar vivo. Porque hoje, eu devia ter notado que poderia não estar vivo.

domingo, 7 de setembro de 2008

Vive le Vie


Me lembro de quando era criança, e algum tio, ou mesmo meu pai, me pegava pelos pulsos e me girava pelo ar. Era tão divertido ver o mundo passando depressa, ver as coisas se movendo ao meu bel prazer e o riso saía leve. Lembro da sensação de segurança que aquelas pessoas me inspiravam. Depois dessas brincadeiras gostosas o mundo parece que perde a cor, parece que encolhe; é como voltar ao lugar onde cresceu ver as árvores em que subiu e caiu quando era criança, sentir uma pontada de dor e saudade dos melhores anos de sua vida. É sentir o cheiro do lugar que continua o mesmo, mas agora sem você por perto.
E nesse momento alguém que é importante para mim dorme no quarto em frente. Alguém que me faz ter a mesma confiança que tinha quando me deixava guiar pelas mãos e rodar... rodar... rodar sem medo de cair no chão ou de bater em algo.
Engraçado como apesar de já ter pessaso mais de quinze anos desde que vive esses momentos ainda sinto que a vida tem muitas cores, cheiros, sabores a serem descobertos. Sinto que ainda há muita coisa a ser vista e principalmente sentida.
O sentimento de liberdade de estar rodando no ar me faz encher os pulmões de vontade de viver, me faz encher os pulmões de força, de coragem para enfrentar a vertigem das árvores que se tornaram obstáculos do gente grande.
Então, o poder de conseguir levantar da cama toda manhã esta na memória. Esta na força e na coragem que tinha quando criança. Não ter medo do desconhecido, a primeira coisa que vc aprende quando entra na idade adulta: Não conhece, então tenha cautela. Errado. Não conhece, apresente-se!!! Procuro sempre deixar que os acontecimentos seigam seu rumo, procuro sempre fazer as melhores escolhas possiveis. Procuro sempre não encontrar razões para voltar, e se necessário volto para procurar o que perdi, para me reciclar, para encontrar o pedaço que falta. Um acontecimento precede o outro, que antecede um terceito e assim sussecivamente. Vivo. Usufruo da vida, não abuso de sua generosidade. Apenas sinto, procuro ouvir. E "Vive Le Vie"...



sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Manhãs de sol e temperatura amena.


Manhã de terça-feita, eu acho, já que essa semana todos os dias têm feito manhãs maravilhosas. Senti os primeiros sinais de que a primavera já começou. Com todo esse efeito estufa, aquecimento global. As calotas que descongelam no ártico influenciam todo o resto do planeta e blá blá blá. Todas essas informações que estamos cansados de saber, mas se tornaram tão difundidas que não aguentamos mais ouvi-las. Uma pena.
Voltando as manhãs de primavera, tinha me esquecido como gosto desta estação. Ahh as flores desabrochando, os pássaos cantando, as borboletas e voar, o pólem sendo espalhado pelso campos, os espirros, as crisses de rinite, as narinas secas. É a primavera também t~em seu lado negativo para alguasm pessoas. E falando com um amigo sobre essa adoravável estação de qual nasci, falei: " Olha, já começou a primavera!" ele respondeu:" Não, ela começa só dia 23 de setembro". Então eu disse: "Ah sim, a primavera é como as validades dos alimentos. Na noite em que a data que esta no rótulo espira, misteriosamente e de uma forma mágica os alimentos passam a não prestar mais. E assim funciona com a primavera, na noite do dia 22 para o dia 23 de setembro de todo ano, as flores desabroxam soltando todo seu cheiro, e com uma rapidez incrível, se multiplicam e as folhas nascem".
Partindo do princípio de que não necessariamente todos os textos devem te ruma conclusão, afinal de contas isso aqui não é uam redação de vestibular. Deixo esse texto inacabado para que os dias e manhãs de sol e temperatura amena nunca terminem

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

No tic-tac das horas.


Eu tenho o meu tempo. Ele é diferente do tempo do resto do mundo. Meu tempo é mais lento, um tempo de artista que talvez ninguém compreenda. Eu passo o meu dia lentamente e gosto de desfrutar dos pequenos prazeres da vida. Porque caso contrário vou perder toda a graça .

O meu tempo é feito de pequenas vontades e meus gestos demoram mais do que os dos outros. Tenho uma estranha mania de achar as coisas belas e de ficar observando por algum tempo. O meu tempo não é o mesmo das grandes empresas, dos sinais de trânsito, das vias rápidas.O meu tempo está mais para a metereologia, está mais para o tempo em que uma onda na beira da praia leva para atingir a areia. O meu tempo está mais perto da velocidade da brisa do campo, está mais próximo do tempo de tragetória de uma maçã caindo de uma árvore. O meu tempo está mais próximo do tempo de duração do prazer sexual.

Posso me enquadrar no tempo do mundo. Posso me conformar com o tempo da comunicação digital, da internet. Até tento ser mais normal como as outras pessoas, acordar cedo, aproveitar melhor o tempo. Eu só não entendo como estamos todos presos a uma temporalidade única. Não entendo esse elo que liga todos os seres-humanos no tic tac das horas. Estamos todos ligados por uma engrenagem maior que controla nossos horários, nossos compromissos, nossas chegadas e partidas.

Estamos tão bitolados em cumprir horários que deixamos para trás o verdadeiro significado de viver. Abandonamos a sabedoria individual de auto-compreensão em nome dessa estranha forma de viver. Não percebemos a lua por que estamos atrazados, não notamos as estrelas por que precisamos chegar na hora marcada em determinado lugar. Somos forçados e ter relógios celulares, agendas ... E o que se torna relamente importante não é o que vc desfrutou hoje, mas o que você fez de útil. Estamos presos a essa utilidade obrigatória, temos de ser úteis.

Acho que devemos ter entrado por placas indicativas trocadas. Fomos pelo caminho da racionalidade, quando reveríamos ter ido pela rua maravilhosa da sinestesia.

Enquanto o mundo continua voraz comendo o tempo de todos, e deixando todos insatisfeitos e sentindo-se inúteis, eu uso o meu tempo a meu favor. Por que eu tenho a vida toda para ser feliz e devo começar agora.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tea for two ...


O som da água fervente me avisa que está na hora arrumar a mesa, pois a visita pode chegar a qualquer momento. Arrumo o serviço de chá na mesinha de centro da sala. Sobre uma toalha de renda branca feita por minhas mãos já cansadas e enrrugadas, pratinhos com motivos bem bucólicos iguais aos da chícara, do bule, do açucareiro...
Um cheiro doce de bolo de fubá toma toda a casa e se mistura ao aroma de amenteigados que passei a manhã e um pedaço da tarde fazendo. E a visita ainda não chegou. Vou para a cozinha coloco dez saquinhos de chá numa jarra. Saquinhos de chá de camomila, o preferido de meu convidado. E o convidado ainda não chegou.
Pronto. A mesa de centro da sala, com a toalha de renda branca, com aparelho de chá que ganhei dos meus filhos no meu aniversário de 50 anos de casamento está posta. Está com o bolo, os amenteigados, e a jarra de chá. E o convidado ainda não chegou. Não entendo, já são quatro da tarde, e o convidado ainda não chegou?
Aproveito o suposto atrazo para ir ao quarto e me trocar, pois não quero receber meu convidado com esta roupa cheia de farinha. Volto para a sala e já são quatro e meia, e o convidado ainda não chegou.
Me sento na sala decorada por mim. Um sofa grande, onde cabiam todos os meus filhos. ao lado uma mesa com vários retratos de família momentos que certamente nunca voltarei a ter. Olho para o relógio e já são cinco horas. Cinco horas!! Sorte eu não ser britânica!!!
Cinco e quinze, e o convidado ainda não chegou ... Decido então começar a comer sem ele, afinal de contas acho um desperdício ter que esquentar o chá novamente depois que ele chegar. Como um pedaço de bolo e alguns biscoitos enquanto tomo o chá! Cinco e meia e o convidado ainda não chegou.
Depois de terminar a refeição, recolho o que sobrou do bolo, junto com o que sobrou dos biscoitos e guardo no forno. Retiro e lavo a minha xícara, o píres, a jarra, e as colherinhas. Da cozinha vejo sala; e sobre a mesa de centro com a toalha rendada banhada pela luz de mais um fim de tarde igual está as xícara vazia do convidado que não veio.

domingo, 17 de agosto de 2008

Domingo ...



Então... na falta de programa melhor para fazer em uma tarde de domingo de sol, resolvi não fazer nada. Apenas me jogar no sofá, zapear no controle remoto alguma opção de diversão passiva e paga. Relembrar a infância em segredo, e quando indagado sobre o motivo de estra pensativo, repondo - Não é nada. Rlembrar, analizar pensar nos fatos do passado , nas esperiências anteriores que por hora parecem amergir como submarinos da extinta União Soviética. As lembranças ao contrário do que muitos pensam podem ser mudadas, não me perguntem como, para a que nos convém melhor, podemos controlá-las. Reestabelecer os vínculos com o passado é sempre um exercício de paciência e as lembranças sempre são caprichosas no que diz repeito nossa vontade.

Lembrar-se. Ler-se, como um livro que foi fechado a alguns anos e está meio empoeirado , mas ainda guarda todas as informações. Informações que se forem bem usadas podem significar algo de importante no futuro. Porque tudo tem uma ligação, tudo é um emaranhado de informações, fatos e acontecimentos que se relacionam que interferem um futuro próximo. E aquela coisa todo de "seus atos interferem os futuros e os dos outros" .

As memórias infantis são as melhores que se pode ter. Com elas podemos ter a a plena convicção de que a vida pode ser linda, pode ser intensamente divertida. O que acontece é que perdemos o costume de relacionar-mos com essa criança que mataram dentro de nós. Nós a matamos. e estamos dia-a-dia nos transfomando em adultos cada vez mais ridículos. Que tem medo de brincar, medo de ser infantis, medo de dar risada.

Ai...

derrepente perdi a inspiração... Afinal é domingo a noite. Na minha cabeça se passa a lista coisas que vou fazer durante a semana. É um novo início todos os dias.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mau-humor Olímpico!!



















Resolvi, tomar uma atitude drástica. Tirei as costinas escuras do meu quarto, entendendo que tudo deve ser um ciclo, acredito que o ciclo da escuridão já tenha tarminado. No lugar coloquei um linda cortina de voil branca- mais para creme agora- que deixa a luz entrar assim que aparece no céu.
Que merda, acordei hoje as 08:00 horas da manhã com uma claridade irritantemente linda, me dizia que era preciso levantar, mas eu persisti. Tentando reestabelecer a calma e a paz de espírito matinal, cobri-me acima da cabeça e ainda debaixo das cobertas tateava, tentando achar o controle remoto da televisão para calá-la antes que a jogasse pela janela. O despertar da TV me lembrava que do outro lado do mundo acontecia um evento que a muito tempo tinha um grande significado para a humanidade. Em Olímpia parava-se de guerrerar, atenienses e espartanos se encontravam para celebrar o corpo e a paz nos jogos que mais tarde ficaram conhecidos como Olimpíadas. O que hoje não passa de uma competição entre o países para ver quem é o melhor, quem investe mais para saber quem é o melhor. Uma gama de atletas dopados que perderam a gosto pelo esporte em sí, perderam a noção de prazer, que ele deveria significar. Agora o que têm no lugar são apenas resultados. Devem ser os melhores: conquistar medalhas, treinar exaustivamente, sentir dores horríveis, danificar músculos; tendões; articulações. Para quem sabe voltar ao seio de sua pátria como heróis.
O povo precisa de heróis, mas os heróis de hoje devem ser fortes, melhores que os outros e vazios. Ou até nem precisam ser fortes podem ser celebridades que são famosas por serem famosas. Porque não importa se ele mal sabe ler, conjugar um verbo, se ele sabe quem é o ministro da educação. O povo precisa alguém para emanar suas últimas súplicas de ajuda revertidas em esquecimento. E para onde voltam suas atenções para esquecer que a luz não foi paga, que o preço do feijão subiu, que os cinco filhos já não tem o que comer. Esse povo calejado, forte, mas preguiçoso; cansou de lutar. Abandonou as armas, deixando todo o trabalho pesado que acaba por não ser feito por ninguém. Podendo ser um atleta, um político, um pastor ou quem quer que lhe ofereça algum futuro em troca de sua inércia e de sua alma. Os nossos heróis são qualquer um que ofereça alguma perspectiva de vida.
É preciso amar os heróis sim, é preciso que um povo tenha em quem acreditar; no que acreditar. Mas é preciso mais ainda que esse mesmo povo que acedita possa sonhar, exigir, gritar. Que os nossos heróis não sejam apenas a esperança de um prato de comida. Que os nossos heróis sejam bravos, fortes, inteligentes, independentes. Que sejam pais, mães, filhos, avós, políticos, professores. Que nós sejamos nossos próprios heróis. Caso contrário estaremos todos indo de encontro ao salvador que não pode fazer nada. Ou sentamos e ficamos olhando para a televisão esperando os nossos super -heróis mudarem alguma coisa.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Bem vindo à casa de bonecas.






Aprendi a amar as pessoas. Amar a todas as pessoas... as vezes penso que o amor que existe em mim é tão grande que mal posso suportar. Me deixa triste que essas pessoas que tanto amo construam em volta de sí próprias paredes de vidro impenetráveis. Do alto de suas torres de marfim, por um medinho ridículo de deixar-se corromper pelo amor, ou ainda, por medo de mostrarem que não têm nada, que são vazias. Zumbis que Fingem se importar, fingem fazer, fazer algo de humano, fingem amar quando na verdade apenas querem "ter" e o ter não é amar o ter é não dividir, não se importar. É realmente constrangedor quando se tenta partir em padaços esse vidro e somos puxados de volta ao nosso lugar, sentados desconfortavelmente como crianças que fazem arte, como quem esbarra numa prateleira de uma loja de cristais somos repreendidos por em vão tentar ter uma relação livre com o mundo.
Quero aprender de uma vez por todas que é "necessário estudar a natureza dos outros antes de dar livre curso a nossa". Quero saber que as pessoas podem ser más.
Talvez eu esteja sendo um pouco drástico demais, um pouco humano demais, um pouco cretino demais. Mas na atual "sociedade contemporânea" não há lugar para o conjunto, não há lugar para o amor. As pessoas construiram ilhas ao seu redor. E até PSEUDO artistas, que se dizem intelectuais por fomação, acreditando piamente que têm uma visão maior do mundo por estarem "à margem da civilização", não fazem mais do que manter um status ou mesmo manter as aparências fingindo se importar com o que nem sabem que existe, com o que só ouviram falar.Mantendo-se à par de tudo.
Eu não quero mais amar! Eu não quero mais sentir dor pelo outro, sentir tristeza pelo outro. Quero devolver o dom que recebi de me pôr no lugar dos outros. Quero não ser tão íntimo, não achar que já sou de casa, não fechar mais a geladeira com o pé. Só quero que "essas pessoas da sala de jantar" se ocupem de nascer e morrer sem mim. Porque no fim tudo párece ser de mentira. No fim tudo é calculado, tudo é contido, regulado, analizado. Para tudo deve-se fazer um prévio estudo. Antes de falar, de perguntar, de levantar, de olhar. É como se estivéssimos num grande "Show de Truman" ou em um grande palco onde TODOS querem ser os 1ºs atores e por isso se acotovelam na fila. Fico sem saber o que é verdade, se existe verdade, se existe algo de real. Porque para mim, estamos vivendo numa casa de bonecas. Não devemos comer, dormir, sentir e onde os nossos móveis de plástico nunca envelhecem, assim como nossos olhos de vidro, nossos cabelos de fibra, nossas roupas de nilon e nosso corpinho de silicone. Bem vindo ao mundo do faz-de-conta.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Porque o meu silêncio sempre grita.


























É engraçado como algumas pessoas acabam sempre desviando dos assuntos que as preocupam por medo de enfrentá-los. Descobrimos que prestamos atenção nas pessoas. Que não prestamos atenção em nós mesmos. É tanta coisa pra ver, pra ler, pra sentir que quase sempre optamos pelo mais fácil, pelo mais cômodo. Descobrimos de que deixamos de nos descobrir a algum tempo e que acabamos sempre nos preocupando com coisas que não são tão importantes. Porque se deixarmos a vida sequir seu rumo sem nos interessar-mos no nosso peso; nas nossas rugas; nas pessoas que conhecemos; nos lugares que ainda não fomos, vamos acabar por não nos preocupando com a gordura porque ela não vai existir e vamos acabar nos lugares em que sempre desejamos.
Descobre-se, alguns tarde demais, que vícios servem apenas para nos distrair do que é imprescindível. E há quem termine por se distrair do mundo.
Mas as melhores coisas se descobre com as pequenas experiências; acabamos ouvindo sozinhos, no fim do dia, de madrugada, bem nequela confortável solidão pós-banho que o silêncio não é ruim, que ele acalma. Porque ele já não está sozinho, ele agora tem uma companhia: as batidas do seu coração.
Fico imaginando dentro de mim, se a fumaça que ainda resta nos pulmões serviria para fechar os meus ouvidos de verdades que preferia não ouvir, de palavras que preferia não falar. E se a fumaça fechasse os meus olhos para não ver que o silência em mim gritava e queria sair. E lembro que a verdade é sempre desaforada.
E é nessa solidão pós-banho que vejo que a tranquilidade que se escondia agora está fora, mas ainda mantém a serenidade interna. Porque o meu silêncio sempre grita.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Feliz promessas antigas.











O 1º dia de agosto. Acordei meio em cima da hora, ou seja, não no horário pretendido. Liguei o computador e fui instigado e ver o horóscopo que começou assim: Clima de instablidade abre o mês. Puta que pariu, mais instabilidade!! Bom, depois de recuperar a consciência percebi que estava revigorado. Como aconteceu no mês anterior acordei nesse primeiro dia com empolgação nova.
Já passamos da 1ª metado de ano e agora em diante é só ladeira à baixo. As coisas agora tendem a ter uma velocidade maior do que normalmente. Daqui a pouco já é feriado da independência, Dia da padroeira do País, proclamação da república e pronto. Natal. Mais um ano em que as pessoas vão correr enlouquecidamente para os shoppings, lojas, no anceio de cumprir uma obrigação idiota de dar presentes a quem se ama, ou a quem se quer parecer que ama, ou pra qualquer pessoa que faça parte do seu círculo de amizades, conhecidos ou familiares. E daqui a pouco vai chegar aquele momento em que escolheremos roupas novas das cores nas vibrações que desejamos alcançar no próximo anos -na maioria branca por que está na moda- , que estaremos todos cercados por aqueles que amamos olhando para o céu, vendo os fogos de artifício e desejando feliz ano novo, pulando ondinhas ou jogando uvas para trás!!
Mas o ponto em que eu quero chegar é que temos mais exatos quatro meses. Quatro meses para cumprir aquelas promessas que fizemos no ano novo. Apromessa de perder uns quilinhos, de guardar um dinheiro, de arranjar um namorado(a), de parar de fumar. As promessas que nos fazemos na esperança de sermos- ao que nos parece- seres humanos melhores. Basta por um pouco de persistência, força de vontade e trabalho duro. Ainda dá tempo... é só focar bem naquilo que se deseja. E se no dia 31 de Dezembro você não conseguir, paciência. Tem outro ano inteirinho pra você prometer tudo de novo- e pelo amor de Deus- conseguir . Por que você não vai poder adiar eternamente as coisas que já devia ter feito ontem!!! Feliz ano novo.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A alegria de ser Clichê.























Ahh !!!!!
A alegria de ser clichê!! Pouco comparada a alegria de não ser. O planeta está cheio de fatos que são clichês ou seja, palavra que vem do francês, chavão ou lugar -comum, expressão que de tão usada desgasta-se perdendo o sentido.
Num mundo onde quase ou tudo vem de cima para baixo é meio difícil fugir a regra da cópia e da repetição . Eu mesmo, agora estou sendo clichê ao bater numa tecla que tantas vezes outros já bateram. Até mesmo eu já falei disso nesse blog.
Fato é que eu estava escrevendo outro texto que deveria vir no lugar deste até que fui interrompido por um ligação importantíssima. Ótimo. Percebi que estava redondamente enganado escrevendo coisas que ninguém vai ler, e mesmo que leia, seria igual a tudo que que já foi escrito.
Fato, é que eu estava disposto a escrever um texto lindo sobre a vida, sobre a beleza das coisas, dos detalhes. Nesse exato momento eu parei e percebi "que porra é essa???" eu estava escrevendo um texto clichê!!! Meu Deus, eu estava escrevendo um texto clichÊ!!!!!!!
Tá e qual a importância disso? E daí, o tempo todo no mundo todo as pessoas fazem, falam, compram coisas clichês. Isso não faria relamente importância se ( momento clichÊ, não disse!) a humanidade não estivesse -adoro essa palavra- "fadada"( Existe coisa mais clichÊ?) a completa falta de senso de direção. Nós não sabemos de onde viemos- e vamos morrer sem saber- e não sabemos para onde vamos.
Fato, é que estamos todos no mesmo barco, no 1º ou no 3º mundo estamos todos sem a mínima noção do que fazemos. As palavras, regras, crendices, a ordem das coisas já foi repetida tantas vezes que perdeu completamente o sentido, nós simplesmente executamos as ações. Queiramos ou não vivemos num eterno e maravilhoso clichê onde perdeu-se o sentido da palavra "viver". O que podemos fazer para mudar??? Nada, vivamos nossos clichÊs e esperemos que alguma ligação ao menos nos faça ter noção de que existe algum. Ou tentemos com unhas e dentes - olha outro aí- figir dessa tendência universal a repetição e façamos a diferença.




terça-feira, 15 de julho de 2008

Pra não passar em branco.























Só pra não passar em branco resolvi escrever algumas palavras. Não palavras de lamentos, pelo contrário, quero agradecer o ar que entra em meus pulmões. . Só para não passar em vão o fato da vida ainda ser a mesma de sempre.
Não a mesma, por que os amigos do colégio já seguiram seus próprios caminhos e o que era importatne acaba-se de descobrir que não tinha importância alguma.
O ruim de quando crescemos é que descobrimos muito tarde que os momentos que passamos despreocupadamente com nossos amigos, que são apenas amigos, não se importam com a roupa que você veste, com quanto você tem na conta bancária ou mesmo quem você conhece. Ele só querem saber quem você realmente é.
Então quando crescer significa abrir mão de todos esses momentos, você fica nostálgico, te aperta a garganta lembrar daquelas pessoas que agora são apenas lembranças de dias felizes que infelizmente não vão voltar.
VocÊ cresceu e descobre que não tem mais com quem contar. Seus poucos amigos que restaram da infância continuam sendo, mas não tão próximos pois a distância acaba por afastar. Novos amigos vão e vêm aparecem e desaparecem com uma velocidade intensa. Não temos mais ninguém para passar uma tarde vazia e ela se torna uma tarde realmente vazia.
E você ainda está sozinho, afinal essa é a grande e única condição do ser-humano: Ser sozinho.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Nós os notamos??


Ontem, andando pela cidade a tarde, pude vislumbrar a grande quantidade de pessoas surtadas. Tem os que ganham a vida na rua, tocando instrumentos como um senhor que vi que tocava sanfona como ninguém. Ou assumindo a incapacidade de poder tocar um instrumento, o que acaba sendo divertido. Ver uma pessoa que não sabe nem como funciona sua sanfona sentindo-se orgulhoso da quantidade de pessoas que ficam em volta é realemente muito engraçado.
Coloquei os pés nas rua XV e já dei de cara com um homem que gritava palavras para agredir alguém invisível. Como é normal de acontecer, os curitibanos fingem não estar acontecendo nada. Andando mais um pouco a caminho de meus afazeres dou de cara com o "oil man"!! Deparar-se com aquela criatura só de sunga( muito justa diga-se de passagem) em plena quinta-feira com uma bicicleta do lado ( ainda bem que não estava em cima dela) é de melhorar o humor de qualquer um.
Temos também os esquecidos: pessoas que ficam o dia todo na rua, uns sentados no chão, outros no meio da calçada pedindo dinheiro. Talvez bÊbados , talvez drogados, sujos. Tem os que fingem trabalhar, são pseudo hippies-punks-roqueiros geralmetne usam moicanos, muitos piercings e obrigam você a aceitar as "obra de arte" que são pequenos objetos que podem ter a função de segurar insenço ou fotos, feitos de arame. Sem esquecer das estátuas vivas, é claro que com muito suor e frio ganham algum dinheiro e tornam o trajeto mais bonito.
Mais a frente por que a rua XV é imensa depois de me deparar com inúmeras pessoas no chão pedindo esmolas, percebo uma grande multidão parada em frente ao café da boca. Olhando para cima todos eles acabaram por me convencer de que seria bom olhar também. Um choque!!! No 10º andar do prédio um homem de uns 30 anos apontava uma arma para uma garota de parecia ter uns 25 e gritava coisas como :" Você é minha!", enquantos a policia se mobilizava com carros, camburões, tropas. Fiquei realmente impressionado, teria ficado mais feliz se não tivese perdido 10 minutos vendo aquela palhaçada. Era uma simulação, com direito a policiais escalando o prédio e tudo mais. É realmente incrível, já não bastasse a quantidade de crimes reais no país ainda fazem crimes de mentira!!
Ao final desse engraçado passeio ou desse grande palco por uma rua que mais parecia uma selva de produtos do meio, ou seja, pessoas que não tiveram chance alguma de ser melhores do que são e acabam se tornando invisíveis, ou surtando mesmo. Pelo menos aos nossos olhos são invisíveis já que as vezes fingimos e preferimos não ver.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Café sozinho.



Milagrosamente está fazendo um maravilhoso dia de sol na nossa tão estimada e nublada Curitiba. Nada que um fim de tarde não resolva, ou seja, até o final da Tarde a eterna núvem voltará.
Tão vazio tem sido esses últimos, que nem um dia como esse me faz ter vontade de sair lá fora. Mas como o mundo não pára... sou obrigado constantemente a sair e fazer alguma coisas, qualquer coisa que seja.
Afinal eu e a própria sociedade nos cobramos isso, por que não existe nada pior do que a culpa de chegar ao fim do dia e não ter feito absolutamente nada.
Mas devo lembrar que "fazer nada" é uma arte, a arte do òcio criativo, nada melhor do que aproveitar o tempo com coisas interessantes e até mesmo produtivas, tipo ler, sair, passear no parque, ver um filme interessante, se curtir mesmo. Sem essa de solidão ou problemas existenciais o legal mesmo é curtir o que há de melhor em você. ( Parece frase de revista feminina de auto-ajuda) Mas é verdade, eu por exemplo vou sempre Às livrarias sozinho. Os atendentesdevem achar que tenho problemas compulsivos, por que sempre vou lá reviro as estantes, olho milhares, leio alguns e saio. Depois disso sempre me convido para tomar cáfé... e sempre é a melhor companhia, nada como u mcafé sozinho pra organizar as idéias, pensar na vida ou simplesmente não pensar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Les flâneurs.


Bom, nessa primeira postagem escolhi um tema talvez conhecido por todos mas esquecido por vontade própria pela maioria.
Dia desses andando pelo shopping depois comer um Mac Donald'S bem gorduroso e tomar uma Coca Cola, ligth por que a "normal" engorda, me deparei fazendo o que muitos fazem: andar sem rumo pelo "centro comercial" com cerca de dez mil coisas desnecessárias e imprescindíveis que podem ficar eternamente adiadas, perambular com inteligência. A esse ato denomina-se Flanar, que vêm do francês, surgiu se não me engano na década de 20 ou 40 "flâneur". Andando, olhando vitrines desenteressadamente não querendo comprar absolutamente nada, apenas para fazer a digestão.
Depois de muito andar eu comecei a me questionar: " Por que nós, seres dotados de inteligência não nos damos conta???" . Por que não reparamos que nada é voluntário, por que se fizemos alguma escolha realmente importante nessa vida de meu deus é por que outros o quiseram. Comecei a reparar - e claro que ler Durkheim me ajudou muito nisso- que nada ou quase nada vem de maneira direta e voluntária. Tudo que compramos, ingerimos (e a isso inclua-se drogas ilegais ou legais) tudo é pensado por alguém que manipula as informações de maneira que pensemos ser nossa a vontade de tomar uma coca ligth porque a normal engorda.
Ou seja, a calça colcci que vc comprou, o Mac chiken (feito com 100% carne de aves finamente selecionadas e mortas no seu habitat natural, sem Hormônios) ou o filme que vc viu no cinema foi previamente selecionado por alguém.
As cosias acontecem como correntes, como ondas, formas de pensar que são difundidas e tornadas "aceitáveis" perante a maioria dominante da sociedade.
Finalizando acho que há um ponto positivo nisso tudo de não termos o controle absoluto nem sobre nossas próprias escolhas: Pelo menos alguém pensa nisso. Façamos, vamos flanar!!!