sábado, 11 de abril de 2009

Isso nem sequer chegou a ser....

Preso entre a vontade de viver tudo de uma vez só e a necessidade de estar pleno de capacidade intelectual . Eu, como sempre, fico estático. Porque segundo pesquisas, esse é uma reação do corpo humano diante do medo. Seus músculos travam, você fica paralizado e espera as coisas voltarem ao normal para poder raciocinar com cuidado e achar uma solução para a situação de perigo. Não é bem de perigo que falo, ou pretendo falar. É APENAS dessa característica engraçada que penso ser comum a grande parte.
No fim nem sei direito porque escrevo essas coisas. Acho que o ócio mau aproveitado me deixa assim.
Engraçado como funciona o macanismo de defesa, engraçado. E acredito que a paralizia que me toma agora é fruto desse medo de tudo. É FRUTO do século xxI temos sempre muito medo das coisas. Dos bandidos, polícia, Dos pedintes na rua. E acabamos nos habituando a ter medo. E por isso talvez precisemos de alguém em que confiar cegamente. Mas não há esse alguém.
Bom, ando sem muita inspiração então é obvio que esse texto não foi de uma poesia ímpar. Ele nem sequer chegou a ser .

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O descanso de Narciso


Um barulho na fechadura. Ele entra em casa depois de um dia cheio de afazeres. Depois de passar na casa de um amigo e conversar um pouco sobre a vida e sobre a real situação de seu coração. Ele desejaria não ter o poder de discernimento entre reale ireal. Como gostaria de não acordar em certas manhãs de dia nublado. Mas ele chega em casa, larga sua bolsa em uma cadeira que fica no canto de seu quarto. Senta-se na beirado do que chama de cama e por alguns momentos dá-se o direito de não existir. Ali trancado em seu quarto,fechado em sua solidão mais íntima ele pensa no amor que talvez houvera jogado fora por uma impulsividade tão característicamente sua e ao mesmo tempo comum a todos os outros de sua idade. Nesse breve instante ele lembra de momentos onde fora feliz, mas lembra-se também que a felicidade não é um troféu que se consegue depois de uma vida de sofrimentos. E sim, breves momentos onde se consegue respirar ar puro.
Levanta-se, vai até o banheiro. Olha-se fundo nos olhos e deseja que o dia que passou seja pior que o que virá. Olha bem fundo dentro dos olhos e sente a tão famosa para sí; a dor que vai lhe subindo pela garganta. QUE desde que alguma coisa acontecia em sua infência e era proibido de chorar essa dor o vinha visitar e as lágrimas ficavam guardadas. Então, tirou a roupa, entrou debaixo da quente água que caía por suas costas descendo pelos quadris largos, fazendo parecer de mármore o glúteo e se perdendo entre as pernas.
Aquela água era a purificação de que precisava para talvez no outro dia desejar levantar. Saindo com ar ainda pesado seca-se bem em todas as partes e percebe que entra uma corrente de ar incõmoda. Vai até seu quarto e fecha a janela. Veste algo para dormir,sempre branco. deita-se e ainda com a luz acesa pensa se não seria melhor terminar por uma vez mais dormindo eternamente. Já não consegue se concentrar, já não fala com tanta desenvoltura como antes. Já não come, já não diz tantas bobagens. Já não sorri. Esta cansado e deseja apenas dormir. Dormiria o dia todo se pudesse. Mas ele não pode.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sempre falta alguma coisa.


O festival de Curitiba mostrou-se mais um vez ser apenas uma vitrine abarrotada de espetáculos onde o público, atônito, não sabe o que ver. A partir dessa premissa, tentamos enquanto artistas, filtrar um pouco de qualidade no que diz respeito a espetáculos de teatro.No fringe, grupos de Curitiba, do Brasil e até da América do sul, desdobram-se em esforços, e até mesmo financeiramente desgastam-se para poder mostrar seu trabalho que muitas vezes, por falha do próprio festival que permite a superlotação em nome do retorno financeiro; e falta de divulgação do grupo não tem sequer um espectador na platéia. Enquanto com a platéia quase sempre lotada os espetáculos da mostra Principal cobravam ingressos a preços "bem populares".
Repete-se, como em anos anteriores, a superlotação em espetáculos de humor “fácil” e mau feito. Tristeza. Essa é a palavra que me vem a cabeça quando penso na quantidade de peças interessantes que se perderam por falta de público.
Um fator que me deixou curioso foi a ausência das outras manifestações que pareciam ser propostas pela organização. Onde estava a gastronomia, o cinema, a dança? Parece-me que houve uma perca dos valores culturais, se é que algum dia existiu nesse festival.
Já que estamos falando de um festival puramente comercial, onde não existem espaços para discussão sobre arte, minhas esperanças estavam nos eventos propostos pela organização. Eventos que deveria unir para trocar figurinhas os atores e técnicos, na verdade segregaram a classe artística já que ficavam totalmente fora do coração do festival e por preços absurdos. Resultado: Festas vazias. Os encontros surgiram naturalmente entre os integrantes do fringe.
Positivamente só posso citar a troca que aconteceu assistindo espetáculos de outros países, como Angola e Chile. Linguagens diferentes são sempre bem vindas; pois formam repertório e aguçam a visão de um olhar mais crítico, aberto e respeitador de diferentes tipos de trabalhos. Sempre positiva é a movimentação criada pelo festival na cidade, que bem ou mau sempre possibilitam uma troca interessante entre os artistas locais. Mas como tudo na vida, sempre falta alguma coisa pra ficar perfeito.