sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Thèâtre de Soleil.

Ariane Mnouchkine, nasceu na França a 3 de março de 1939. Filha de Inglesa com pai franco- russo produtor de cinema, teve sua formação acadêmica em Oxford e na Sorbone. Em 1961 Dirigiu "Gengis KAN" PARA A Associação de estudantes de Paris que serviu como mipulso para a criação do Thèâtre de Soleil.Em 1963 funda em Paris o Thèâtre de Soleil após uma viagem à Ásia. Ariane é liga a um teatro vanguardista. Torna-se uma vencedora em um campo quase que exclusivamente machista. As características de seu trabalho são a escolha dos espaços cênicos, principalmente, pois sempre são inusitados. Praças públicas, ginásios, galpões abandonados Transformam-se em palco já que tem certa aversão ao tradicionalismo do formato italiano. Em sua chácara no interios da França onde vive, juntamente com seu grupo Ariane desenvolve um trabalho formatado para o desprendimento. Atores maquiam-se, vestem-se, e até aquecem-se em frente ao público; quebrando assim os padrões do teatro tradicional. Metodologicamente Ariane Mnouchkine usa o processo colaborativo, muito usado atualmente, ou seja, seus espetáculos resultam sempre da contribuição de todos os integrantes da troupe. Tendo o diretor alcançado um patamar elevado, no trabalho do Thêâtre de Soleil essa figura torna-se descartável e resulta em um trabalho coletivo, ritualíestico, e com traços de Commédia Dell'arte.
O principal ao meu ver no trablaho de Ariane é a busca de um trablaho coletivo, interativo em que o público também torna-se agente e sem os rótulos habituais do teatro segregatório, sem a dicotomia habitual de diretores ou técnicos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma Jóia da Coroa no coração de Minas


O que dizem a respeito de Minas Gerais torna-se completamente real no momento em que se pisa na pátria do pão de queijo. Percebe-se pela sua arquitetura imponente de um passado glorioso e dourado mas também pela sua gente na capital. A colonização escravizatória deixou traços, e pode-se observar nas faces que encontramos na rua, seja em Belo Horizonte ou Ouro Preto.

Quando olho para o Brasil nessa imensidão de cores, gostos, costumes e distâncias absurdas fico mesmo impressionado com a simplicidade e solicitude das pessoas em determidos lugares. E também com falta dela em outros lugares.

Participando do Festival de Cenas Curtas do Grupo Galpão, meus colegas e eu a maioria pela primeira vez em solo mineiro aproveitamos para dar um pulinho em Ouro preto. Pudemos ver a graça colonial dourada que guarda ainda hoje um passado de glória pelo ciclo do ouro e dor pela escravidão. Suas ladeiras íngrimes e estreitas entrecortadas por ruelas mais estreitas ainda entre os casarões que foram de contratadores da coroa portuguesa ou comerciantes são hoje cenário de lojas de móveis, artesanatos, chocolaterias, cafés, e restaurantes, movimentando o turismo local. Sem falar nos artesanatos de pedra sabão e vendedores de pedras preciosas que andam na rua a procura de clientes.

O povo, recatado, de olhar tímido mas intenso e sorriso singelo não nega hospitalidade e gentilesas em troca de nada. Pelo simples prazer de ajudar dão informações sobre pontos turísticos e ainda dicas sobres os locais visitados. Praticamente um serviço de guia, gratuitamente. Acolhedor - isso eu digo em todos os sentidos - o povo de minas tem um jeitinho particular de se portar. Uma maneira que eu não saberia explicar. "Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais. Ciche eu sei, mas a mais pura verdade Meu coração fica em parte aqui esperando o dia de retorno à pátria do pão de queijo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O dia do tapetinho.

Hoje, incomumente fiquei em Curitiba no feriado, e como não de costume resolvi ver nossa maravilhosa cidade pseudo Londrina(Londrina de Londres ok?). Saí de casa com propósito de andar, flanar pelas ruas de Curitiba para ver o que ela me oferecia.
A contemplação é sempre evolutiva. Saí na tentativa de descobrir porque era feriado. Não me lembrava mesmo porque todos paralisam em plena quinta-feira, alguns emendando no fim de semana. Logo algumas quadras abaixo da minha me deparo com a Avenida Cândido de Abreu. Avenida que corre boato seria "baseada?" na Chanps Alisée. Sempre palco de qualquer manifestação pública nessa cidade, como A Parada "Diversidade", o"CARNAVAL" de rua e - exceto é claro, as estudantis ou pelos direitos da mulher que geralmente são na Praça Santos Andrade - o lugar tinha se transformado em um verdadeiro tapede te serragem e gente! - Pronto, exclamei -É o dia do tapetinho. Nunca entendi muito bem o significado dessa data comemorativa (não coloquei outras aspas pra não ficar demais) Acho que é quando ... bom não vou saber explicar. Sei que é o dia em que as pessoas vão fazendo tapetes de serragem e no Final limpam tudo.
Bom estava eu sentido centro, indo, como quem não espera nada. Eu estava realmente me divertindo, achando interessante os desenhos. Havia um com o símbolo do vaticano, outros feitos no trucão com TNT(urg) e pintados em uns painéis de tecido mau feitos. Não se fazem mais padres com o antigamente... Na metade do caminho eu percebi uns olhares católicos em minha direção. Me senti um herege sendo acusado pela população insana. Os olhares eram de reprovação, e comecei a acreditar que tinha feito algama coisa errada. Estava caminhando a Avenida toda em um feriado Santo com uma blusa com as seguintes escrições "Exú café" . Quando percebi achei graça e continuei. Resolvi dar um entrada no Shopping Mueller, estranhamente o interior do shopping estava mais lotado do que a rua do tapete. Acho que os feriados viraram mesmo datas comemorativas dos vendedores e resorts, com Loiras peitudas tomando agua de coco sem canudo. Enquanto nós aqui no frio Curitibano nos contentamos com a de caixinha comprada no mercadorama.
Chegando no largo da ordem. Fui recebido literalmente por uma chuva de papel picado, como chama aquele papel prateado que usam em formaturas...? enfim...foi bonito. em direção a Federal praça Santos Andrade me deparo com a cena mais linda de todas. A Limpeza. Isto é , lindo seria se quem fez a sujeira fosse limpar não os varredores de rua que infelizmente não puderam aproveitar o feriado santo do tapetinho de serragem. Estavam varrendo os pecados alheios...

domingo, 7 de junho de 2009

E Eu respiro.

Limpei, tirei o pó, organizei enumerei e, por ordem alfabética levando em consideração o tamanho dos livros, Cd's e DvD's. Arrumeu tudo na esperança de que os passos que dava em direção a porta de saída me levassem a qualquer lugar longe, apenas longe de mim mesmo. Caminhar pelas ruas me faz sentir em uma direção certa. Me faz sentir como se eu soubesse exatamente para onde estou indo. E gosto de pensar que sei...
Caminhei indo obstinadamente para lugar algum, obstinadamente eu não sabia para onde estava indo. Embora acredite que sempre saiba. Embora goste também de acreditar que sempre sei do lugar certo do destino certo de todas as coisas devo admitir que não faço a mínima idéia. O fato de não saber me dá vonta de de gritar. Mas eu não grito. Eu respiro, deixo que o ar faça por mim o trbalho de encontrar soluções para tudo. Sempre que opto pela opção "respiração" as coisas se encaminham de uma forma absurdamente efeciente. Sempre que opto por estar no controle de tudo os destinos e sentimentos sempre me escapam pela mão.
Nesses tempos de tosse brava, nesses tempos de frio sozinho, Nesses tempos de coração partido, de Ilusões perdidas e amor partindo para longe eu só respiro. Porque o Amor já partiu.... partiu para longe e uma certeza incerta me faz lembrar todos os dias a felicidade que tive e já não mora comigo. Me faz lembrar das noites de caos em meio as multidões, que como eu procuram em fugas alcóolicas um beijo com gosto de verdade. E na procura vã voltam tristes e se fecham para a realidade triste da condição de ser humano: Estamos sós. Me faz lembrar que a tosse é fruto das noites de insônia pela cidade. Me lembrar que o buraco que ficou precisa ser preenchido, e logo.
Dizem que só se ama uma vez na vida, dizem que os anos são vorazes e que o tempo devora. Enquanto eles dizem asneiras piegas e filosóficas eu respiro abrandando minha alma inquieta. À procura de qualquer coisa fora do lugar eu estou entre os números infinitos da previdencia social. Incrivelmente otimista, disposto a fazer dos dias melhores possíveis, porque "eles" têm razão o tempo devora.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Penso que....

No teatro costuma-se falar dentre outras coisas em um trabalho de energia. Dia desses lendo um livro de um teórico que fala sobre o "espaço vazio" , "Energia de trabalho", Peter Brook. E dentre os devaneios que tive ao redescobrir coisas antigas, nessa leitura comecei a pensar em coisas que nunca antes tinha pensado por pensar serem óbvias.
Essa energia que criamos em cena deve atravessar o silêncio. Devemos criar uma contração da realidade que de tão compacta deve suscitar no espectador algum tipo de reação proposta pelo artista.À partir desta averiguação fica uma pergunta: devemos "INTERPRETAR" ou "REPRESENTAR" um papel?Lembrando que o termo interpretar significa: "fazer uma leitura de" e representar "estar no lugar de".
Devemos talvez enquanto atores criadores viver uma realidade forjada de emoções vazias ou criar possibilidades práticas para que a vida seja tão palatável quanto na realidade?
São perguntasque me faço sem esperar uma resposta correta. Não existem repostas corretas. Existem infinitas possiblidades para infinitas pessoas. E infinitas verdades.
Esse paradóxo de viver a vida de muitos sem confundir com a sua própria é excitante no sentido de poder dar vazão à própria vida. Sem usos exagerados de amoções é claro, sempre conservando a lucidez desejada de um ator.
Perdi o foco central desse texto, talvez porque ainda esteja em dúvida com relação aos temas espaços e silêncios da cena. Acredito um dia poder definir essa força, essa energia que existem em apresentações em particular. É uma energia que permeia todo o espaço cênico e platéia. Uma energia que une todos em um só ritual e deixa tudo em uma só sintonia.