quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pra lá de Bagdad!




No princípio talvez uma confusão de cenas com angulações pouco ortodoxas e diálogos bastante desconexos. Tudo começa a fazer sentido no desenrolar das ações. Um casal alemão em viagem de turismo pelos estados Unidos. Uma estrada que no decorrer percebe-se estar dentro de um deserto. E uma personagem misteriosa que se mostra, apesar da aparência dura e figurino tradicional germânico uma adorável mulher que muda tudo por onde passa.
Do diretor Percy Adlon "Bagadad café" ou "Out of Rosenheim" conta com Marianne Sägebrechtnm ( Rosalie Vai às compras- veja também), Jack Palance, Cristiane Kaufmann, CCH Pounder e um elenco cheio de interpretações dignas de serem vistas; o filme retrata a vida conturbada da dona de um café na beira de uma estrada a caminha de Vegas. Seu marido mostra-se um inútil, seu filho adolescente fica ao piano o dia todo, sua filha mostra-se uma típica adolescente em fase de descobertas. Dona de um gênio forte ela tem de tomar conta do café, das contas, da criação dos filhos. Para completar o café/hotel está entregue às traças e a miséria parece não ter trégua. Tudo muda quando aparece uma nova hóspede. Uma alemã no meio do nada. Simpática, e suada com o calor do deserto, a nova Hóspede muda a vida de todos à sua volta.
Sem dúvida esse é um filme que merece ser visto em um final de semana chuvoso. Sua simplicidade encanta, mostra o valor das pequenas coisas e de como um pouco de organização e limpeza podem fazer as coisas muito melhores. Não falo isso pelo fato de ter Toc. ( Transtorno obsessivo compulsivo) por limpeza e organização, mas pela singeleza das ações e de como o ser humano é carente de atenção. De como os verdadeiros amigos podem aparecer no meio do nada em um dia quelquer e mudarem nossas vidas par asempre. Um filme que fala sobre recomeços, uma divertida comédia, daquelas inteligentes que; até eu descobrir o circuito undergroud americano só havia encontrado em filmes europeus. Uma boa opção para um fim de semana chuvoso, ou não.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Suínocultura.


Não. Hoje em dia não se pode parar. Não pode-se dar ao luxo de parar. Se parar está fora. Fora do eixo. Deixa de girar em torno das atividades humanas. Fora da grande roda da fortuna. E nessa grande corrida "quem quer dinheiro" nunca pára, não importa no pescoço de quem precise subir.
Nos tempos de Twitter, Orkut, bate-papo, Iphone, e crianças sendo defenestradas ou defenestrando-se , você pode não saber mas nada te pertence. Nada parte exclusivamente de você, sempre há um interlocutor que dita, e você; inconscientemente obedece. Eu falo é claro dos grandes centros, no interior as coisas tendem a ser mais lentas. Nas capitais e grandes cidades, as velocidade de informação e acontecimentos devora. E é preciso muito mais do que boa vontade para se manter viro na roda viva. É preciso uma certa dose de espírito de porco para não perceber as catarradas na rua. Para fazer vista grossa para as grosserias e injustiças diárias cometidas ao seu redor.
Ter espírito de porco é necessário. Ou você tem, ou você é misturado a lavagem dos outros suínos. Acabou-se a era das gentilezas. O que importa é entrar de uma vez e ocupar seu lugar. Acabou-se o romantismo, isto é, acabou-se da maneira antiga. Saudosismos à parte, a era da comunicação globalizada já chegou e salve-se quem puder. Enterre-se na sua cova rasa, tranque-se na sua redoma, construa seu dique, crie seu castelo de cartas ou morra afogado em meio ao mar de gente. Afaste-se da multidão. Ou fique e preocupe-se com a gripe suína se quiser. Niilismos à parte o pior já foi feito, e não há como voltar atrás.
O mundo é feito relações que criam ralidades palpáveis. Mas o que vale são as boas, as relações que somam, com pessoas que interessam. E acredite, está cada vez mais difícil encontrar pessoas que tenham algo interessante a dizer. Quando digo "afaste-se da multidão" me refiro a multidão que vaga sem saber pra onde vai. Aos espíritos de porco que acordam diariamente e vão trabalhar sem nenhuma espectativa além de receber seu salário de merda no fim do mês. Meu protesto está contido em breves palavras que deixo aqui, por hora. Pois não há tempo para mais. No momento o telefone não pára.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tea For Two...

O som da água fervente me avisa que está na hora arrumar a mesa, pois a visita pode chegar a qualquer momento. Arrumo o serviço de chá na mesinha de centro da sala. Sobre uma toalha de renda branca feita por minhas mãos já cansadas e enrrugadas, pratinhos com motivos bem bucólicos iguais aos da xícara, do bule, do açucareiro... Um cheiro doce de bolo de fubá toma toda a casa e se mistura ao aroma de amenteigados que passei a manhã e um pedaço da tarde fazendo. E a visita ainda não chegou. Vou para a cozinha coloco dez saquinhos de chá numa jarra. Saquinhos de chá de camomila, o preferido de meu convidado. E o convidado ainda não chegou. Pronto. A mesa de centro da sala, com a toalha de renda branca, com aparelho de chá que ganhei dos meus filhos no meu aniversário de 50 anos de casamento está posta. Está com o bolo, os amenteigados, e a jarra de chá. E o convidado ainda não chegou. Não entendo, já são quatro da tarde, e o convidado ainda não chegou?Aproveito o suposto atrazo para ir ao quarto e me trocar, pois não quero receber meu convidado a roupa cheia de farinha. Volto para a sala e já são quatro e meia. O convidado ainda não chegou. Me sento na sala decorada por mim. Um sofa grande, onde cabiam todos os meus filhos. ao lado uma mesa com vários retratos de família, momentos que certamente nunca voltarei a ter. Olho para o relógio e já são cinco horas. Cinco horas!! Sorte eu não ser britânica!!! Cinco e quinze, e o convidado ainda não chegou ... Decido então começar a comer sem ele, afinal de contas acho um desperdício ter que esquentar o chá novamente depois que ele chegar. Como um pedaço de bolo e alguns biscoitos enquanto tomo o chá! Cinco e meia e o convidado ainda não chegou. Depois de terminar a refeição, recolho o que sobrou do bolo, junto com o que sobrou dos biscoitos e guardo no forno. Retiro e lavo a minha xícara, o píres, a jarra, e as colherinhas. Da cozinha vejo a sala; e sobre a mesa de centro com a toalha rendada banhada pela luz de mais um fim de tarde igual, está a xícara vazia do convidado que não veio.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Soda cáustica.

Ontem pela primeira vez tive o des (prazer) de tomar um ônibus junto a um grupo de torcedores do Paraná Futebol clube. Por sorte havia deixado meu uniforme do coxa em casa. Estava vestindo uma camiseta vermelha sobreposta por uma polo preta as cores do time em questão. Mal o Ônibus começaca o trajeto e já pude observar o peculiar modo de diversão dos torcedores integrantes de torcidas organizadas que se amontoavam entre passageiros que seguiam suas vidas em um domingo curitibano entre "tubões" que pelo cheiro devariam conter soda cáustica.
Fiquei realmente interessado pela maneira encontrada para divertir-se nessa classe específica detorcedores. Ao som de qualquer coisa de Rap ou hip hop projetado de um celular desses que tem auto-falantes externos os "garotos" gritavam xingamentos aos familiares de pedestres(particularmente às mães), e cantadas tão baratas, mas tão baratas que ruborizariam até mesmo um ajudante de pedreiro. Entoavam hinos ofensivos à torcida adversária, em uníssono balançando de um lado para o outro o biarticulado e com os braços para fora.
Ao fim, na chegada desembarquei ileso ao que pensei ser uma odisséia sem final deliz. Os torcedores desciam na estação estação sob os olhares atentos dos policiais que os recepcionavam com escopetas à tira colo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Desorganizadamente nos eixos.


Desesperado sem saber o motivo. Ok, não era bem desespero estava mais para uma pulsação insessante que não parecia ter motivo. Talvez estivesse eufórico, ou apenas desejasse que alguma coisa brutalmente interessante acontecesse. Nada acontecia.

Caminhava pelo largo tentando por os pensamentos em ordem. Andando, como quem não quer nada, foi abordado por uma imensidão de sentimentos que não paravam de aflorar em seu peito. Gostaria de correr, e talvez pensasse em voltar ao hábito do cooper. Andava fazendo muito frio e seu desejo não tornara-se ainda fato porque ele simplesmente não desejava de verdade. Mas andava, e nos últimos e íntimos tempos, como andava. Resolvendo as coisas, ocupando a cabeça, produzindo idéias novas, planejando as coisas. Não era esse um costume muito seu, mas ultimamente tem prezado um pouco pela razão. E, embora seu principal defeito e talvez melhor qualidade fosse a pacionalidade andava pensando em tornar-se um tanto sério e racional.

Racionalmente continuava seu caminho com cerca de quinze mil coisas importantes e imprescindíveis que poderiam ficar eternamente adiadas, tentando organizar seu dia e as coisas a fazer. Não fez nada do que devia. Não sentiu culpa. Não sentiu remorso. Apenas sentia um felicidade pois por pior que as coisas estivessem estavam ótimas. Estavam acontecendo. Estavam nos eixos, desorganizadamente nos eixos.

Um café, ele disse, Preciso de um café. Entrou no primeiro café decente que encontrou. Sim decente, pois ultimamente tinha adquirido o péssimo hábito, e por gosto mesmo, de comer em pastelarias orientais sujas. Entrou no café, sentou-se a mesa e decidiu-se por um expresso pequeno com sorvete de creme. Descobriu, então a importência dos pequenos prazeres.