Outro dia, voltando de algum lugar, de ônibus. Entre conversas que ouvia de pessoas ao redor sobre; política; planejamento doméstico; baladas; e sexo, senti que um vazio tomava conta do meu peito. E por um momento minha cabeça esvaneceu-se de pensamentos e ficara vazia. Vazia. Vazia de qualquer coisa que pudesse ser pensada, planejada, cantada, imaginada. Senti um terível medo de ficar assim para sempre e não poder mais fazer parte desse "mundo". Então de repente as coisas voltaram ao normal, ou quase.
Mesmo estando novamente no mundo dos pensantes, eu não vivia, apenas pensava porque era obrigado a pensar. E logo as coisas que tinha a fazer durante a semana, os trabalhos de faculdade, as contas a pagar me tomaram o cérebro e eu estava como todas as outras pessoas do ônibus: fingindo uma suposta felicidade e vivendo uma pseudo vida.
Na metade do caminho, comecei a tentar lembrar quando foi realmente a última vez em que me senti realmente vivo. Sabe, aquela sensação que temos de estar vivos? Não sei, é uma mistura de felicidade, uma euforia, uma vontade de fazer as coisas todas de uma vez só e sair abraçando e beijando todo mundo. Bom, isso sem cafeína envolvida.
Numa espécie de regressão consciente, voltei a infância. Devia ter uns quatro ou cinco anos, estava na praia, era fim de tarde. Mas não um fim de tarde qualquer. Era um fim de tarde que me parecia tão vivo, parecia que o céu ia pegar fogo, de um vermelho intenso, quase laranja. E a chuva que caía era gostosa, fria. Lembro que tinha algum adulto junto. Não lembro quem. E lembro mais do que qualquer coisa a sensação que tinha ao entrar naquela água do mar quentinha fazendo um contraste com a chuva fria. Hoje posso comparar a um doce francês. E essa foi uma das últimas vezes em que me senti vivo de verdade.
Claro que depois desta devo ter sentido algo parecido outras vezes. Mas nada será igual a isso. Uma lembrança tão clara, das temperaturas, das cores. E hoje em dia só atinjo esse estágio de vivacidade quando estou "realmente"em cena. Assim, e só assim posso sentir que tenho quatro anos...
Porque mesmo que eu acordei pensando nisso? Ah! talvez porque esteja perto do meu dia de ficar mais velho.
Mesmo estando novamente no mundo dos pensantes, eu não vivia, apenas pensava porque era obrigado a pensar. E logo as coisas que tinha a fazer durante a semana, os trabalhos de faculdade, as contas a pagar me tomaram o cérebro e eu estava como todas as outras pessoas do ônibus: fingindo uma suposta felicidade e vivendo uma pseudo vida.
Na metade do caminho, comecei a tentar lembrar quando foi realmente a última vez em que me senti realmente vivo. Sabe, aquela sensação que temos de estar vivos? Não sei, é uma mistura de felicidade, uma euforia, uma vontade de fazer as coisas todas de uma vez só e sair abraçando e beijando todo mundo. Bom, isso sem cafeína envolvida.
Numa espécie de regressão consciente, voltei a infância. Devia ter uns quatro ou cinco anos, estava na praia, era fim de tarde. Mas não um fim de tarde qualquer. Era um fim de tarde que me parecia tão vivo, parecia que o céu ia pegar fogo, de um vermelho intenso, quase laranja. E a chuva que caía era gostosa, fria. Lembro que tinha algum adulto junto. Não lembro quem. E lembro mais do que qualquer coisa a sensação que tinha ao entrar naquela água do mar quentinha fazendo um contraste com a chuva fria. Hoje posso comparar a um doce francês. E essa foi uma das últimas vezes em que me senti vivo de verdade.
Claro que depois desta devo ter sentido algo parecido outras vezes. Mas nada será igual a isso. Uma lembrança tão clara, das temperaturas, das cores. E hoje em dia só atinjo esse estágio de vivacidade quando estou "realmente"em cena. Assim, e só assim posso sentir que tenho quatro anos...
Porque mesmo que eu acordei pensando nisso? Ah! talvez porque esteja perto do meu dia de ficar mais velho.
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