quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Eu devia....
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Aço fedendo a perfume barato.
Passou a semana imaginando e tentando descobrir porque fazia as coisas que fazia e quando fazia. Não conseguira perceber que o real motivo de fazer as coisas erradas eram pelas razões certas. Porque se ele se jogava na balada, se perdia nos corpos e nas bocas e narizes de pessoas conhecidas; ou não; era porque ele tinha perdido um pedaço de sí. Apesar de não saber de qual pedaço se tratava ele continuaria por algum tempo ainda a sentir falta de tal parte tão sua e tão INsignificante.
Sobre o pedaço.
Era quase como um pedaço de carne crua e suada um pedaço de gente talvez. Uma metade de nada. Ou uma peça inteira de qualquer coisa que não sabe o que é ou não quer ver. Porque no momento ele pensava em uma maneira de achar dentro de sí a peça que faltava. Sim, ele acreditava no duplo e talvez no múltiplo sentido das coisas. Não que desejasse achar uma explicação para tudo, porque tentar explicar tudo é uma e, talvez a maior de todas as formas de idiotice. Mas ele acreditava que as coisas assim como as ações e acontecimentos tinham uma ligação direta e influenciariam as posteriores. E sempre acabavam por.
A parte que perdera de sí talvez estivesse consigo mesmo. Talvez alguém tivesse lhe roubado. Mas ele sabe. Ele sabe muito bem como encontrar, só precisa se decidir por se dar uma chance. Precisa agora descer desse ônibus de aço fedendo a perfume barato, ir pra sua casa e dormir depois de um longo e demorado banho. Pôr a cabeça no lugar e não falar nada. Não falar. Um dom e uma necessidade tão negligenciada por sí nos ultimos tempos. Tem sido tão verborrágico que nem mesmo consegue pensar. Ele tem se negligenciado a muito tempo e em muitos aspectos. Mas ele continua. ELE finalmente desceu e cumpriu seu chamado ao desconsso decidindo o que fazer. Ele dorme agora. E por mais umas quatro horas. desejando secretamente não acordar. Mas isso é só uma mania que tem de querer fugir das coisas da vida.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Entre a casca de laranja e o cigarro de filtro vermelho.
A casa. A casa não era muito grande nem muito pequena. Era do tamanho certo para uma pessoa que vivesse sozinha e vez ou outra recebesse algum amigo. A sensação que se tinha ao entrar pelo hall e entrando mais ainda pela sala era que alguém tinha acabado de colocar os objetos no lugar. Tinha-se sempre a impressão de que haviam tirado pó e recolocado o objeto no mesmo lugar, ou quase. Tudo era sempre organizado e limpo, e podia-se sentir no ar um leve aroma cítrico, algo como laranja, ou folhas de limão. Esse cheiro que por vezes tornara-se enjoativo para o personagem que está por surgir agora, era cortado apenas por um outro aroma salgado que pairava no ar.
Por algum motivo era como se a casa estivesse sem vida. O telefone começa a tocar. Nada. O telefone continua tocando. Nada. Ao lado da mesinha onde ficava o telefone estava um cinzeiro cheio de pontas apagadas de cigarros de filtro vermelho. Apenas um estava aceso, mas quase apagado, por algum motivo alguém deixou o cigarro queimar sozinho. Por algum motivo alguém saiu e não pode voltar para terminá-lo.
Falemos sobre o aroma. Não o aroma cítrico e bucólico, mas o aroma salgado. Ele surge logo antes do telefone tocar, antes mesmo do cigarro ser aceso. Logo depois da laranja ser cortada. Além da soleira da porta que estava entreaberta observava-se uns pezinhos. Uns pés descalços e limpos como de quem acaba de acordar e por alguma razão não pôs os chinelos. Além dos pezinhos estava uma possa de sangue vermelho ainda quente. Na mão do corpo que continha os pezinhos estava uma laranja semi-descastaca . Uma porta bate. Já são dez horas, os carros já não fazem tanto barulho, o telefone já não toca. O silêncio retoma a casa, em uma manhã de cheiro cítrico e salgado a rotina tão própria havia sido quebrada.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Os vagões cheios de nada.
Parece uma afirmação meio lógica, um tanto óbvia. Mas não. Não acredito que existam coisas vãs, inúteis. Acredito que por mais sem sentido que algum acontecimento ou palavra ou ação ou emoção possa parecer na verdade está cheio de significados intrínsecos e verdadeiros. "
Não posso negar que inúmeras vezes ele fez das coisas vãs suas melhores aliadas. Mas o que vemos acima talvez não sejam suas palavras. Talvez sejam palavras que lhe ditaram à orelha. Talves sejam palavras que lhe sopraram aos ouvidos numa noite qualquer de agosto. E ele tem a necessidade de transmití-las. Seja como for, sua mania em ser verborágico o assusta. Ele acredita que de todas as palavras que profere mais da metade sejam vagas e fiquem entre o certo e o duvidoso. Ele teme a verboragia, como teme os vagões cheio de nada. Teme ficar no vão enquanto essas vagões passam por cima.
Esses vagões cheios de nada o assustam, mas não impedem-no de continuar a viagem. Não o deixam esmorecer, nem perder o fôlego. Por vezes deixa cair algo ou alguém que não tem a obrigação ou mesmo vontade de sentar-se junto dele na janela e aproveitar o passeio. Ele deixa que as coisas partam e voltem e partam novamente. Porque é assim que se vê: sem necessidade de aprisionar. Nem de ser aprisionado, salvo quando deseja.
Me disse isso sob o efeito de alcóol, e foi-se. Como quem veio do nada e para o nada vai. e Agora...
agora ele deve estar dormindo até as duas da tarde, porque ou ficou lendo até tarde, ou ficou assistindo a algum filme, ou saiu com os amigos, ou esteve em uma baladinha de drink's e cigarros até as cinco da matina. Que o sono seja dos justos. Deixem-no dormir.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Pra lá de Bagdad!
Do diretor Percy Adlon "Bagadad café" ou "Out of Rosenheim" conta com Marianne Sägebrechtnm ( Rosalie Vai às compras- veja também), Jack Palance, Cristiane Kaufmann, CCH Pounder e um elenco cheio de interpretações dignas de serem vistas; o filme retrata a vida conturbada da dona de um café na beira de uma estrada a caminha de Vegas. Seu marido mostra-se um inútil, seu filho adolescente fica ao piano o dia todo, sua filha mostra-se uma típica adolescente em fase de descobertas. Dona de um gênio forte ela tem de tomar conta do café, das contas, da criação dos filhos. Para completar o café/hotel está entregue às traças e a miséria parece não ter trégua. Tudo muda quando aparece uma nova hóspede. Uma alemã no meio do nada. Simpática, e suada com o calor do deserto, a nova Hóspede muda a vida de todos à sua volta.
Sem dúvida esse é um filme que merece ser visto em um final de semana chuvoso. Sua simplicidade encanta, mostra o valor das pequenas coisas e de como um pouco de organização e limpeza podem fazer as coisas muito melhores. Não falo isso pelo fato de ter Toc. ( Transtorno obsessivo compulsivo) por limpeza e organização, mas pela singeleza das ações e de como o ser humano é carente de atenção. De como os verdadeiros amigos podem aparecer no meio do nada em um dia quelquer e mudarem nossas vidas par asempre. Um filme que fala sobre recomeços, uma divertida comédia, daquelas inteligentes que; até eu descobrir o circuito undergroud americano só havia encontrado em filmes europeus. Uma boa opção para um fim de semana chuvoso, ou não.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Suínocultura.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Tea For Two...
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Soda cáustica.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Desorganizadamente nos eixos.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
O Thèâtre de Soleil.
O principal ao meu ver no trablaho de Ariane é a busca de um trablaho coletivo, interativo em que o público também torna-se agente e sem os rótulos habituais do teatro segregatório, sem a dicotomia habitual de diretores ou técnicos.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Uma Jóia da Coroa no coração de Minas
quinta-feira, 11 de junho de 2009
O dia do tapetinho.
A contemplação é sempre evolutiva. Saí na tentativa de descobrir porque era feriado. Não me lembrava mesmo porque todos paralisam em plena quinta-feira, alguns emendando no fim de semana. Logo algumas quadras abaixo da minha me deparo com a Avenida Cândido de Abreu. Avenida que corre boato seria "baseada?" na Chanps Alisée. Sempre palco de qualquer manifestação pública nessa cidade, como A Parada "Diversidade", o"CARNAVAL" de rua e - exceto é claro, as estudantis ou pelos direitos da mulher que geralmente são na Praça Santos Andrade - o lugar tinha se transformado em um verdadeiro tapede te serragem e gente! - Pronto, exclamei -É o dia do tapetinho. Nunca entendi muito bem o significado dessa data comemorativa (não coloquei outras aspas pra não ficar demais) Acho que é quando ... bom não vou saber explicar. Sei que é o dia em que as pessoas vão fazendo tapetes de serragem e no Final limpam tudo.
Bom estava eu sentido centro, indo, como quem não espera nada. Eu estava realmente me divertindo, achando interessante os desenhos. Havia um com o símbolo do vaticano, outros feitos no trucão com TNT(urg) e pintados em uns painéis de tecido mau feitos. Não se fazem mais padres com o antigamente... Na metade do caminho eu percebi uns olhares católicos em minha direção. Me senti um herege sendo acusado pela população insana. Os olhares eram de reprovação, e comecei a acreditar que tinha feito algama coisa errada. Estava caminhando a Avenida toda em um feriado Santo com uma blusa com as seguintes escrições "Exú café" . Quando percebi achei graça e continuei. Resolvi dar um entrada no Shopping Mueller, estranhamente o interior do shopping estava mais lotado do que a rua do tapete. Acho que os feriados viraram mesmo datas comemorativas dos vendedores e resorts, com Loiras peitudas tomando agua de coco sem canudo. Enquanto nós aqui no frio Curitibano nos contentamos com a de caixinha comprada no mercadorama.
Chegando no largo da ordem. Fui recebido literalmente por uma chuva de papel picado, como chama aquele papel prateado que usam em formaturas...? enfim...foi bonito. em direção a Federal praça Santos Andrade me deparo com a cena mais linda de todas. A Limpeza. Isto é , lindo seria se quem fez a sujeira fosse limpar não os varredores de rua que infelizmente não puderam aproveitar o feriado santo do tapetinho de serragem. Estavam varrendo os pecados alheios...
domingo, 7 de junho de 2009
E Eu respiro.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Penso que....
Essa energia que criamos em cena deve atravessar o silêncio. Devemos criar uma contração da realidade que de tão compacta deve suscitar no espectador algum tipo de reação proposta pelo artista.À partir desta averiguação fica uma pergunta: devemos "INTERPRETAR" ou "REPRESENTAR" um papel?Lembrando que o termo interpretar significa: "fazer uma leitura de" e representar "estar no lugar de".
Devemos talvez enquanto atores criadores viver uma realidade forjada de emoções vazias ou criar possibilidades práticas para que a vida seja tão palatável quanto na realidade?
São perguntasque me faço sem esperar uma resposta correta. Não existem repostas corretas. Existem infinitas possiblidades para infinitas pessoas. E infinitas verdades.
Esse paradóxo de viver a vida de muitos sem confundir com a sua própria é excitante no sentido de poder dar vazão à própria vida. Sem usos exagerados de amoções é claro, sempre conservando a lucidez desejada de um ator.
Perdi o foco central desse texto, talvez porque ainda esteja em dúvida com relação aos temas espaços e silêncios da cena. Acredito um dia poder definir essa força, essa energia que existem em apresentações em particular. É uma energia que permeia todo o espaço cênico e platéia. Uma energia que une todos em um só ritual e deixa tudo em uma só sintonia.
sábado, 30 de maio de 2009
Se possível depois do banho.
Nos ônibus, mensagens auditivas nos lembram de sermos pessoas melhores e mais educadas, nos mobiliários urbanos mensagens nos recordam que temos de ser caridosos enquanto em outdoor's outras subliminaridades nos lembram que precisamos comprar o presente do namorado(a) ou que devemos ser mais bonitos, sofisticados ou ter mais coisas para sentirmos falta de outras MAIS.
E nessa altura do campeonato nossa noção de leitura se perdeu completamente. Passamos o dia forçadamente sendo obrigados a ler coisas que não fomos a procura. Passamos o dia, - e isso piora para quem vÊ televisão - passamos o dia sendo manipulados por outras pessoas e esquecemos quem realmente somos. Sim, meu amigo, nada mais vêm por acaso e nos tempos de gripe suína nada mais é seu de verdade.
Então nessa procura insana por um pouco de verdade, não uma verdade fria e absoluta. Uma verdade sua, e outra minha. Nessa procura por um pouco de essência nua e humana, é que tentamos manter o centro gravitacional do intelecto e ficar por fora disso. ficar por fora não significa ignorar. Não. Significa aceitar a existência mas manter-se à gauche dessa coisa toda. E tentar então, mesmo com todos os compromissos diários e afazeres usuais, achar um tempo pra se entregar à leitura e deixar que sua mente sozinha trace as retas e monte os cenários, e sem subliminaridades manipuladoras. Se possível depois do banho.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Limpeza de pele e base, ou um texto do Caio.
Hoje sem muita inspiração ou apenas com preguiça de pensar e escrever sobre coisas que já foram escritas ou proferidas por outras pessoas decidi postar um texto que acredito ser bem propício para o dia de hoje. Porque hoje, bom, hoje tentei ver um filme, tentei ler um livro, tentei estudar, tentei conversar, e só o que consegui foi limpar a casa, na esperança de que a limpeza trouxesse algum movimento interessante para mim. Imediatismos À parte, hoje especificamente eu fui falho em todas as tentativas de enxergar o lado bom.
E alguma coisa me deixa inquieto, me deixa arredio e pronto para responder prontamente com grosseirias a quem quer que me de bom dia! Mas eu sufoco. Eu mantenho o monstro guardado porque se ele sair pode ser perigoso até mesmo para mim. E nesses dias cinzentos de caos urbano eu me isolo. Me isolo de mim mesmo pretendendo fingir ser outro ou que minha presença seja ignorada por mim mesmo. Mas nunca isso é possivel. Sinto falta do irrecuperável, sinto falta do irrefútável. Eu sinto falta de mim mesmo ou... de um pedaço de mim que deixei partir e não me quer mais.
Não há limpeza de pele que resista às influências internas do organismo. E nesse caos urbano, tudo que se deseja é uma pele sem poros aparentes, sem espinhas ou manchas causadas pela exposição excessiva ao sol. VocÊ pode limpar sua casa, jogar fora o lixo que transborda, deixaro chão brilhando e o ambiente cheiroso. Mas por dentro continua tudo igual. Então sorriso no rosto e um ar agradávél, afinal de contas ninguém tem nada a ver com seus problemas babe.
Bom...é isso.
O dia em que Júpiter encontrou Saturno
- Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
- Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever carta e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
- Vou ver Saturno e me lembrar de você.
- Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.
- Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
- Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
(Silêncio)
Caio Fernando de Abreu
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Deixei de ter medo das horas...
Eu desejaria não me flagrar cozinhando para companhia de mim mesmo uma receita de molho branco que aprendi contigo. Ou lembrando das coisas que e conceitos que discutíamos. Eu prometi que não choraria e prometi que não sentiria medo ou frio. E estou me saindo muito bem, Estou me saindo maravilhosamente bem.
Deixei de ter medo do tempo. Deixei de ter medo das horas. Deixei de ter medo ds faltas.
Aprende-se muito cedo que o medo nos afasta do perigo, não sei se desejo me afastar do perigo. Na verdade quero me jogar de corpo inteiro, desejo ser consumido pelas chamas do infferno. Porque quanto mais trade vc fica, mais velha fica a possibilidade de voltar atrás.
Trágico talvez, bom eu sou trágico mesmo... De tudo, creio ter ficado um desejo incrível de ser feliz. Um desejo único e meu de ser feliz e isso pode parece bem piegass, talvez seja. Mas é um desejo que se estabelece dia-a-dia. Continuo o mesmo.
Continuo o mesmo e me pego sorrindo feliz sem saber o motivo. Acho que isso deve ser o resultado de viver, de encarar as horas seja lá como forem. Fazia tempo que não dedicava tanto tempo para mim. Fazia tempo que não me divertia sozinho. Não importanta quantas horas sejam necessárias para terminar uma tarefa, ela tem que ser terminada.
Hoje, consigo estabelecer uma ordem para minha vida, consigo estabelecer uma rotina, satisfatória que me faz ter o controle sobre meus atos. E se eu perco a cabeça, e se eu me atiro nos corpos é porque desejo. É porque nada me prende. E olha que talvez eu gostaria de estar preso.
sábado, 11 de abril de 2009
Isso nem sequer chegou a ser....
No fim nem sei direito porque escrevo essas coisas. Acho que o ócio mau aproveitado me deixa assim.
Engraçado como funciona o macanismo de defesa, engraçado. E acredito que a paralizia que me toma agora é fruto desse medo de tudo. É FRUTO do século xxI temos sempre muito medo das coisas. Dos bandidos, polícia, Dos pedintes na rua. E acabamos nos habituando a ter medo. E por isso talvez precisemos de alguém em que confiar cegamente. Mas não há esse alguém.
Bom, ando sem muita inspiração então é obvio que esse texto não foi de uma poesia ímpar. Ele nem sequer chegou a ser .
sexta-feira, 3 de abril de 2009
O descanso de Narciso
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Sempre falta alguma coisa.
O festival de Curitiba mostrou-se mais um vez ser apenas uma vitrine abarrotada de espetáculos onde o público, atônito, não sabe o que ver. A partir dessa premissa, tentamos enquanto artistas, filtrar um pouco de qualidade no que diz respeito a espetáculos de teatro.No fringe, grupos de Curitiba, do Brasil e até da América do sul, desdobram-se em esforços, e até mesmo financeiramente desgastam-se para poder mostrar seu trabalho que muitas vezes, por falha do próprio festival que permite a superlotação em nome do retorno financeiro; e falta de divulgação do grupo não tem sequer um espectador na platéia. Enquanto com a platéia quase sempre lotada os espetáculos da mostra Principal cobravam ingressos a preços "bem populares".
Repete-se, como em anos anteriores, a superlotação em espetáculos de humor “fácil” e mau feito. Tristeza. Essa é a palavra que me vem a cabeça quando penso na quantidade de peças interessantes que se perderam por falta de público.
Um fator que me deixou curioso foi a ausência das outras manifestações que pareciam ser propostas pela organização. Onde estava a gastronomia, o cinema, a dança? Parece-me que houve uma perca dos valores culturais, se é que algum dia existiu nesse festival.
Já que estamos falando de um festival puramente comercial, onde não existem espaços para discussão sobre arte, minhas esperanças estavam nos eventos propostos pela organização. Eventos que deveria unir para trocar figurinhas os atores e técnicos, na verdade segregaram a classe artística já que ficavam totalmente fora do coração do festival e por preços absurdos. Resultado: Festas vazias. Os encontros surgiram naturalmente entre os integrantes do fringe.
Positivamente só posso citar a troca que aconteceu assistindo espetáculos de outros países, como Angola e Chile. Linguagens diferentes são sempre bem vindas; pois formam repertório e aguçam a visão de um olhar mais crítico, aberto e respeitador de diferentes tipos de trabalhos. Sempre positiva é a movimentação criada pelo festival na cidade, que bem ou mau sempre possibilitam uma troca interessante entre os artistas locais. Mas como tudo na vida, sempre falta alguma coisa pra ficar perfeito.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Sem a tua, SEM A TUa, sem a tua companhia...
Desejaria eu não ter esse desejo de bisbilhotar. Não porque não ache saudável. Apenas porque as vezes dói, dá uma pontadinha de dor no coração e sobe pela garganta e pára. Acho que essa é a origem dos meus problemas de garganta.
Não acho saudável escrever sobre um tema recorrente não só nesse, mas em todos os blogs do mundo. Sem falar na literatura, poesia, dramaturgia, pintura, enfim. Todos falam sobre o amor. Seja ele no estado líquido sólido ou em forma de vapor.
Eu amo porque não sei fazer outra coisa do coração que trago aqui dentro. Se escrevo disso, no momento, é porque ainda há alguma coisa dizendo que tem uma faísca aqui prestes a explodir tudo. Se escrevo desse tema recorrente é porque ainda o carinho não se apagou.
E, não, não vou ser hipócrita a ponto de dizer que superei e que consegui seguir a minha vida. Poderia se quisesse, mas não vou. Tentei buscar em outros passos o camiho que trilhava com vc mas não consegui. Senti nojo de mim, só isso. Procurei em outros corpos o teu, teus abraços nunca estavam lá.
Devia ter pensado nisso antes de destruir com tudo né?? Devia ter pensado nisso antes de acabar com tudo né? Eu preciso de notícias suas, estou cansado de inventar desculpas pra vc falar comigo e cansado de ouvir desculpas que os "pombos corrreios" dão de sua ausência, dormência ou má vontade. Quero saber se parou de fumar, se está se exercitando, comendo direito, se está comendo menos chocolate, como está no trabalho, se descobriu um jogo novo, se quer jogar gamão comigo.
Eu tento. Tento ser engraçado e por vezes até consigo. Tento ser sério e por vezes deixo de rir. Tento ser o cupado, e por mais que deixe meu dia cheio fico infeliz, e me lembro da falta que me faz sua cia.
Passou-se quase um mês e eu não consigo. eu não consigo deixar vc partir. e ESTE TEXTO RECORRENTE de amor é porque eu não falo disso com ninguém. Não consigo. Fico confuso, deixo as pessoas confusas. Coloco um sorrisão lindo no rosto e vou... Vou como quem não tem pra onde ir, como quem tem na alma um profundo tédio. Tédio que me faz encher a cara sem motivo aparente.
O buraco da minha vida se torna mais vazio sem vc . E o que me dói é saber que vc é forte o suficiente pra não transparecer sofrimento... e isso me deixa em dúvida se vc tem ou não sofrido. Não que eu deseje que vc sofra por mim. Não. SÓ me sinto um enorme nada, me sinto alguém que passa. Porque se eu não causo dor é sinal que eu nunca te dei motivos pra gargalhar, é sinal que as gargalhadas foram vãs, que os passeios foram invenções e que as noites foram sonhos. É sinal que eu sou um incompetente no quesito amor e devo ter estragado o nosso.
Derrepente eu fico confuso, escrevo o pior texto que ja escrevi; com uma pontuação que daria vergonha a uma criança de 4ª série, que nem era para ser uma carta pra vc . E se tornou porque eu sei que seu navegador te mostra as atualizações toda manhã.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Por que os outros são os outros.
Sentir saudade é tão difícil de explicar. Acredito ser uma relutância de todos nós com a mudanças inerentes a capacidade de viver. Sentimos falta dos amigos e dos ano de escola. Sentimos falta dos nossos avós que morreram. Sentimos falta dos amigos que foram morar em outro lugar. Sentimos falta e saudade de nossos olhos aos dezesseis anos. Sentimos falta dos momentos que passamos com uma pessoa e que sabemos, podem nunca mais acontecer novamente. Eu nucna entendi direito porque um blog deveria ser algo de impessoal. Porque um dia me falaram " Não use seu blog como terapia". Eu pensei e descobri que uso porque a criaçã ovem do meu lado sentimental. A minha imaginação funciona a partir de fragmentos do passado ou presente de pequnos momentos que sentirei firmes e vívidos na memória.
Não desejo voltar atrás, apesar de uam aprte de mim desejar. Desejo é aprender a abandonar as pessoas, aprender a deixar fluir. Desapegar porque elas devem ser livres e sempre estarem ao mesmo tempo ligadas a mim. Desejo que todos que me são caros e estão longe estejam felizes. Com ou sem mim desejo aprender a deixar as lágrimas levarem a tristeza embora. Desejo não ter atrás de cada soriso um pedido de ajuda.
Mas o importante é que a capacidade de aprender de um ser-humano é ilimitada. Aprendo, mais cedo ou mais tarde a deixar as pessoas irem, irem porque elas querem. Porque precisam. Porque é necessário. Porque, por mais que duas pessoas se gostem elas podem se machucar juntas e e melhor estarem separadas. Sempre virão pessoas novas com novas características, novos ares, novas cores, manias e sorrisos. O importante mesmo é aprender que sempre vão existir outros que nunca vão ocupar o lugar dos que não estão aqui.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
As coisas que não posso esquecer, e nunca anoto.
É terceira vez que tento escrever alguma coisa, e no terceiro parágrafo me deparo com a falta de criatividade e defenestrotudo. Acho que algo se foi. Algo que me era extremamente caro se perdeu. É como se as idéias ficassem confusas e cada vez mais distantes. Uma paz interior que me ungia o corpo esvaneceu pelo ar. Vontade de defenestrar o mundo (Adoro essa palavra) .
Quero ver se acho em algum lugar perdido sei lá onde. Quero a ordem correta das coisas do mundo. O lugar das minhas verdadeiras coisas. Quero ver se me acho refletido em qualquer coisa que não sejam os olhos de outro. Não gostaria de falar disso quando iniciei o texto. Não sei do que gostaria de falar. Na verdade as coisas que eu quero dizer ficam presas entre meu sorriso. Quero uma porção de outras coisas que preciso anotar pra não esquecer, e nunca anoto.
Mas, das constatações que venho fazendo a algum tempo, a malhor sem dúvida é " sempre tem um dia depois do outro" E, sério, isso serve pra tudo. Tanto para a dívida do cartão de crédito quando para um término de namoro. Só que diferente do cartão de crédito que só almenta o valor da sua fatura, oTérmino do namoro tende a diminuir o valor que a pessoa em questão tinha(salvo exceções).
Ouço claramente as batidas do coração leviano, que, como diria Paulinho da viola "trama em segredo teus planos, parte sem dizer adeus." O importante é que entre mortos e feridos salvaram-se todos. Escapamos ilesos do mergulho que demos em nós mesmos quando nos deparamos com um relacionamento.
Estou com a escrita um pouco morta hoje. O valor que estas palavras têm se perde no momento que deixam minha cabeça. Por que agora não há ninguém para jogar gamão, nem comer de hashi. Por que pra mim não há como medir o valor que tinha o coração que se ligava ou ao meu. Não há. Como medir o tamanho da dor ao me ver novamente como ser-humano que sou: sozinho, no lugar que chamamos de casa.