quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Eu devia....

Hoje devia ter ido ao museu, devia ter comido menos carboidrato, ter comido mais fibra. Hoje, devia ter dormido menos, ter feito mais sexo, ter dado mais atenção, ter respirado mais fundo. Hoje devia ter caminhado um pouco, devia ter me entregue de verdade. Hoje, devia ter caído em mim, ter aceitado a chuva sem me proteger. Hoje devia ter olhado nos olhos, devia ter cantado. Ter feito as malas, devia ter achado os caminhos, ter descoberto os segredos que me escondo. Hoje devia ter criado rotas; caminhos. Devia ter acredito que podia. Hoje poderia ter visto o mundo, poderia ter dormido menos. Devia ter prestado mais atenção nos fiapos de frango que desfiava, poderia ter observado com mais calma as crianças ensaiando com suas flautas para a parada de amanhã. Hoje poderia ter limpado a pele, poderia ter tomado mais banho. Hoje poderia ter tomado menos café, ter tomado mais água. Hoje poderia ter lido mais livros, poderia ter bebido mais chá de camomila; erva doce; cidreira; limão; laranja. Ter sido mais romântico, depravado. Poderia ter criado mais frases, ter acreditado em mais coisas, ter contestado outras que deixei passar. Hoje poderia ter escrito um diário, poderia ter descoberto algum continente. Poderia ter crescido. Hoje poderia ter medo de cair, poderia ter sido vencido pelo cansaço, poderia ter amado mais. Hoje poderia ter lançado livros pela janela, poderia ter gritado mais alto que podia, poderia ter subido no telhado e gritado palavrões. Hoje eu poderia ter descido de escada, poderia ter levado o lixo, poderia ter batido o carro, poderia saber dirigir, poderia ter paciência. Hoje poderia saber aramaico; mandarim; alemão e russo. Hoje eu gostaria de poder voar, poder tocar, gostaria de um crèeme brûlè. Gostaria de escrever sobre amor, sobre a dor. Gostaria de ter asas, gostaria de ser anjo, homem, mulher. Gostaria de ser gato para cair em pé, gostaria de ser sexy, gostaria de ter maus pensamentos, de agredir alguém. Hoje eu gostaria de um linchamento público. Gostaria de um corredor polonês, para ver se a dor me faz sentir alguma coisa. Gostaria de perseguir operadores de telemarketing. Gostaria de bater em velhinhas que não limpam a sujeira de seus cachorros na rua. Hoje eu gostaria de uma passeata em favor do aborto, da pena de morte, do incentivo ao tabagismo nas escolas. Hoje gostaria de estar vivo. Porque hoje, eu devia ter notado que poderia não estar vivo.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aço fedendo a perfume barato.

Voltava abaixo de um sol escaldante que parecia lhe queimar a cabeça e a alma, se é que depois de toda aquela noite ainda possuía alguma. No ónibus que cheirava a aço quente e perfumes baratos de todas as qualidades; apenas um odor sobressaía. O Odor de um perfume caro que tinha agora em seu pulso. Pulso. No momento seu pulso estava pulsando de maneira a que -se ele quisesse- poderia contar na própria jugular os batimentos cardiacos. Mas no momento ele se contentava em tentar não ouvir os funk's que vinham um grupo de garotos que ouviam músicas em alto e bom som em um celular brigando os demais passageiros a degustar o bom gosto. E a viagem parecia não acabar nunca. Lá dentro sentia-se como intocável, e apesar de desejar se sentir invisível sabia muito bem que não podia passar despercebinamente por alguém normal. Não estava com cara de4 alguém normal. Pupilas dilatadas, e olhos semicerrados. Cara de ontem, cara de quem precisa desesperadamente de um banho e um bom sono para abrandar seu coração leviano. Sim ele tinha um coração leviano. Porque por ventura foram levianos com o seu e achou que seria uma forma de proteção ser com o dos outros também. Maesmo sabendo que no fundo não era. Gostaria de ter o dom de ser, intovável e inatingível. E naquele exato momento acabou por se tornar.
Passou a semana imaginando e tentando descobrir porque fazia as coisas que fazia e quando fazia. Não conseguira perceber que o real motivo de fazer as coisas erradas eram pelas razões certas. Porque se ele se jogava na balada, se perdia nos corpos e nas bocas e narizes de pessoas conhecidas; ou não; era porque ele tinha perdido um pedaço de sí. Apesar de não saber de qual pedaço se tratava ele continuaria por algum tempo ainda a sentir falta de tal parte tão sua e tão INsignificante.
Sobre o pedaço.
Era quase como um pedaço de carne crua e suada um pedaço de gente talvez. Uma metade de nada. Ou uma peça inteira de qualquer coisa que não sabe o que é ou não quer ver. Porque no momento ele pensava em uma maneira de achar dentro de sí a peça que faltava. Sim, ele acreditava no duplo e talvez no múltiplo sentido das coisas. Não que desejasse achar uma explicação para tudo, porque tentar explicar tudo é uma e, talvez a maior de todas as formas de idiotice. Mas ele acreditava que as coisas assim como as ações e acontecimentos tinham uma ligação direta e influenciariam as posteriores. E sempre acabavam por.
A parte que perdera de sí talvez estivesse consigo mesmo. Talvez alguém tivesse lhe roubado. Mas ele sabe. Ele sabe muito bem como encontrar, só precisa se decidir por se dar uma chance. Precisa agora descer desse ônibus de aço fedendo a perfume barato, ir pra sua casa e dormir depois de um longo e demorado banho. Pôr a cabeça no lugar e não falar nada. Não falar. Um dom e uma necessidade tão negligenciada por sí nos ultimos tempos. Tem sido tão verborrágico que nem mesmo consegue pensar. Ele tem se negligenciado a muito tempo e em muitos aspectos. Mas ele continua. ELE finalmente desceu e cumpriu seu chamado ao desconsso decidindo o que fazer. Ele dorme agora. E por mais umas quatro horas. desejando secretamente não acordar. Mas isso é só uma mania que tem de querer fugir das coisas da vida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Entre a casca de laranja e o cigarro de filtro vermelho.


Debaixo da soleira da porta havia uma pequena casca de laranja que havia sido deixada a pouco. Nem sinal de movimentações, nem sinal de qualquer indício de vida no lugar. A casa mostrava-se vazia, estava o ambiente todo inócuo. Ao fundo conseguia-se ouvir de algum aparelho de som a voz rouca de Billie Hollyday que preenchia todo o ambiente inebriando os corações que por ventura estivessem por chegar, ou acabaram de sair. Era uma manhã de sol dessas de agosto que são muito frias mas não se observa nuvem alguma no céu. Era uma manhã calma, onde o silêncio era cortado apenas pelo barulho voraz dos carros conduzidos por motoristas que passavam pela frente da casa a caminho do trabalho.
A casa. A casa não era muito grande nem muito pequena. Era do tamanho certo para uma pessoa que vivesse sozinha e vez ou outra recebesse algum amigo. A sensação que se tinha ao entrar pelo hall e entrando mais ainda pela sala era que alguém tinha acabado de colocar os objetos no lugar. Tinha-se sempre a impressão de que haviam tirado pó e recolocado o objeto no mesmo lugar, ou quase. Tudo era sempre organizado e limpo, e podia-se sentir no ar um leve aroma cítrico, algo como laranja, ou folhas de limão. Esse cheiro que por vezes tornara-se enjoativo para o personagem que está por surgir agora, era cortado apenas por um outro aroma salgado que pairava no ar.
Por algum motivo era como se a casa estivesse sem vida. O telefone começa a tocar. Nada. O telefone continua tocando. Nada. Ao lado da mesinha onde ficava o telefone estava um cinzeiro cheio de pontas apagadas de cigarros de filtro vermelho. Apenas um estava aceso, mas quase apagado, por algum motivo alguém deixou o cigarro queimar sozinho. Por algum motivo alguém saiu e não pode voltar para terminá-lo.
Falemos sobre o aroma. Não o aroma cítrico e bucólico, mas o aroma salgado. Ele surge logo antes do telefone tocar, antes mesmo do cigarro ser aceso. Logo depois da laranja ser cortada. Além da soleira da porta que estava entreaberta observava-se uns pezinhos. Uns pés descalços e limpos como de quem acaba de acordar e por alguma razão não pôs os chinelos. Além dos pezinhos estava uma possa de sangue vermelho ainda quente. Na mão do corpo que continha os pezinhos estava uma laranja semi-descastaca . Uma porta bate. Já são dez horas, os carros já não fazem tanto barulho, o telefone já não toca. O silêncio retoma a casa, em uma manhã de cheiro cítrico e salgado a rotina tão própria havia sido quebrada.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Os vagões cheios de nada.


"Então, deveria ter deixado claro que as coisas que são vâs devem permanecer como tais. Caso contrário, as coisas cheias de significados deixam de tê-los. Se o que for vão passar a ser cheio de conteúdo então não existiriam coisas vãs.
Parece uma afirmação meio lógica, um tanto óbvia. Mas não. Não acredito que existam coisas vãs, inúteis. Acredito que por mais sem sentido que algum acontecimento ou palavra ou ação ou emoção possa parecer na verdade está cheio de significados intrínsecos e verdadeiros. "
Não posso negar que inúmeras vezes ele fez das coisas vãs suas melhores aliadas. Mas o que vemos acima talvez não sejam suas palavras. Talvez sejam palavras que lhe ditaram à orelha. Talves sejam palavras que lhe sopraram aos ouvidos numa noite qualquer de agosto. E ele tem a necessidade de transmití-las. Seja como for, sua mania em ser verborágico o assusta. Ele acredita que de todas as palavras que profere mais da metade sejam vagas e fiquem entre o certo e o duvidoso. Ele teme a verboragia, como teme os vagões cheio de nada. Teme ficar no vão enquanto essas vagões passam por cima.
Esses vagões cheios de nada o assustam, mas não impedem-no de continuar a viagem. Não o deixam esmorecer, nem perder o fôlego. Por vezes deixa cair algo ou alguém que não tem a obrigação ou mesmo vontade de sentar-se junto dele na janela e aproveitar o passeio. Ele deixa que as coisas partam e voltem e partam novamente. Porque é assim que se vê: sem necessidade de aprisionar. Nem de ser aprisionado, salvo quando deseja.
Me disse isso sob o efeito de alcóol, e foi-se. Como quem veio do nada e para o nada vai. e Agora...
agora ele deve estar dormindo até as duas da tarde, porque ou ficou lendo até tarde, ou ficou assistindo a algum filme, ou saiu com os amigos, ou esteve em uma baladinha de drink's e cigarros até as cinco da matina. Que o sono seja dos justos. Deixem-no dormir.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Pra lá de Bagdad!




No princípio talvez uma confusão de cenas com angulações pouco ortodoxas e diálogos bastante desconexos. Tudo começa a fazer sentido no desenrolar das ações. Um casal alemão em viagem de turismo pelos estados Unidos. Uma estrada que no decorrer percebe-se estar dentro de um deserto. E uma personagem misteriosa que se mostra, apesar da aparência dura e figurino tradicional germânico uma adorável mulher que muda tudo por onde passa.
Do diretor Percy Adlon "Bagadad café" ou "Out of Rosenheim" conta com Marianne Sägebrechtnm ( Rosalie Vai às compras- veja também), Jack Palance, Cristiane Kaufmann, CCH Pounder e um elenco cheio de interpretações dignas de serem vistas; o filme retrata a vida conturbada da dona de um café na beira de uma estrada a caminha de Vegas. Seu marido mostra-se um inútil, seu filho adolescente fica ao piano o dia todo, sua filha mostra-se uma típica adolescente em fase de descobertas. Dona de um gênio forte ela tem de tomar conta do café, das contas, da criação dos filhos. Para completar o café/hotel está entregue às traças e a miséria parece não ter trégua. Tudo muda quando aparece uma nova hóspede. Uma alemã no meio do nada. Simpática, e suada com o calor do deserto, a nova Hóspede muda a vida de todos à sua volta.
Sem dúvida esse é um filme que merece ser visto em um final de semana chuvoso. Sua simplicidade encanta, mostra o valor das pequenas coisas e de como um pouco de organização e limpeza podem fazer as coisas muito melhores. Não falo isso pelo fato de ter Toc. ( Transtorno obsessivo compulsivo) por limpeza e organização, mas pela singeleza das ações e de como o ser humano é carente de atenção. De como os verdadeiros amigos podem aparecer no meio do nada em um dia quelquer e mudarem nossas vidas par asempre. Um filme que fala sobre recomeços, uma divertida comédia, daquelas inteligentes que; até eu descobrir o circuito undergroud americano só havia encontrado em filmes europeus. Uma boa opção para um fim de semana chuvoso, ou não.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Suínocultura.


Não. Hoje em dia não se pode parar. Não pode-se dar ao luxo de parar. Se parar está fora. Fora do eixo. Deixa de girar em torno das atividades humanas. Fora da grande roda da fortuna. E nessa grande corrida "quem quer dinheiro" nunca pára, não importa no pescoço de quem precise subir.
Nos tempos de Twitter, Orkut, bate-papo, Iphone, e crianças sendo defenestradas ou defenestrando-se , você pode não saber mas nada te pertence. Nada parte exclusivamente de você, sempre há um interlocutor que dita, e você; inconscientemente obedece. Eu falo é claro dos grandes centros, no interior as coisas tendem a ser mais lentas. Nas capitais e grandes cidades, as velocidade de informação e acontecimentos devora. E é preciso muito mais do que boa vontade para se manter viro na roda viva. É preciso uma certa dose de espírito de porco para não perceber as catarradas na rua. Para fazer vista grossa para as grosserias e injustiças diárias cometidas ao seu redor.
Ter espírito de porco é necessário. Ou você tem, ou você é misturado a lavagem dos outros suínos. Acabou-se a era das gentilezas. O que importa é entrar de uma vez e ocupar seu lugar. Acabou-se o romantismo, isto é, acabou-se da maneira antiga. Saudosismos à parte, a era da comunicação globalizada já chegou e salve-se quem puder. Enterre-se na sua cova rasa, tranque-se na sua redoma, construa seu dique, crie seu castelo de cartas ou morra afogado em meio ao mar de gente. Afaste-se da multidão. Ou fique e preocupe-se com a gripe suína se quiser. Niilismos à parte o pior já foi feito, e não há como voltar atrás.
O mundo é feito relações que criam ralidades palpáveis. Mas o que vale são as boas, as relações que somam, com pessoas que interessam. E acredite, está cada vez mais difícil encontrar pessoas que tenham algo interessante a dizer. Quando digo "afaste-se da multidão" me refiro a multidão que vaga sem saber pra onde vai. Aos espíritos de porco que acordam diariamente e vão trabalhar sem nenhuma espectativa além de receber seu salário de merda no fim do mês. Meu protesto está contido em breves palavras que deixo aqui, por hora. Pois não há tempo para mais. No momento o telefone não pára.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tea For Two...

O som da água fervente me avisa que está na hora arrumar a mesa, pois a visita pode chegar a qualquer momento. Arrumo o serviço de chá na mesinha de centro da sala. Sobre uma toalha de renda branca feita por minhas mãos já cansadas e enrrugadas, pratinhos com motivos bem bucólicos iguais aos da xícara, do bule, do açucareiro... Um cheiro doce de bolo de fubá toma toda a casa e se mistura ao aroma de amenteigados que passei a manhã e um pedaço da tarde fazendo. E a visita ainda não chegou. Vou para a cozinha coloco dez saquinhos de chá numa jarra. Saquinhos de chá de camomila, o preferido de meu convidado. E o convidado ainda não chegou. Pronto. A mesa de centro da sala, com a toalha de renda branca, com aparelho de chá que ganhei dos meus filhos no meu aniversário de 50 anos de casamento está posta. Está com o bolo, os amenteigados, e a jarra de chá. E o convidado ainda não chegou. Não entendo, já são quatro da tarde, e o convidado ainda não chegou?Aproveito o suposto atrazo para ir ao quarto e me trocar, pois não quero receber meu convidado a roupa cheia de farinha. Volto para a sala e já são quatro e meia. O convidado ainda não chegou. Me sento na sala decorada por mim. Um sofa grande, onde cabiam todos os meus filhos. ao lado uma mesa com vários retratos de família, momentos que certamente nunca voltarei a ter. Olho para o relógio e já são cinco horas. Cinco horas!! Sorte eu não ser britânica!!! Cinco e quinze, e o convidado ainda não chegou ... Decido então começar a comer sem ele, afinal de contas acho um desperdício ter que esquentar o chá novamente depois que ele chegar. Como um pedaço de bolo e alguns biscoitos enquanto tomo o chá! Cinco e meia e o convidado ainda não chegou. Depois de terminar a refeição, recolho o que sobrou do bolo, junto com o que sobrou dos biscoitos e guardo no forno. Retiro e lavo a minha xícara, o píres, a jarra, e as colherinhas. Da cozinha vejo a sala; e sobre a mesa de centro com a toalha rendada banhada pela luz de mais um fim de tarde igual, está a xícara vazia do convidado que não veio.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Soda cáustica.

Ontem pela primeira vez tive o des (prazer) de tomar um ônibus junto a um grupo de torcedores do Paraná Futebol clube. Por sorte havia deixado meu uniforme do coxa em casa. Estava vestindo uma camiseta vermelha sobreposta por uma polo preta as cores do time em questão. Mal o Ônibus começaca o trajeto e já pude observar o peculiar modo de diversão dos torcedores integrantes de torcidas organizadas que se amontoavam entre passageiros que seguiam suas vidas em um domingo curitibano entre "tubões" que pelo cheiro devariam conter soda cáustica.
Fiquei realmente interessado pela maneira encontrada para divertir-se nessa classe específica detorcedores. Ao som de qualquer coisa de Rap ou hip hop projetado de um celular desses que tem auto-falantes externos os "garotos" gritavam xingamentos aos familiares de pedestres(particularmente às mães), e cantadas tão baratas, mas tão baratas que ruborizariam até mesmo um ajudante de pedreiro. Entoavam hinos ofensivos à torcida adversária, em uníssono balançando de um lado para o outro o biarticulado e com os braços para fora.
Ao fim, na chegada desembarquei ileso ao que pensei ser uma odisséia sem final deliz. Os torcedores desciam na estação estação sob os olhares atentos dos policiais que os recepcionavam com escopetas à tira colo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Desorganizadamente nos eixos.


Desesperado sem saber o motivo. Ok, não era bem desespero estava mais para uma pulsação insessante que não parecia ter motivo. Talvez estivesse eufórico, ou apenas desejasse que alguma coisa brutalmente interessante acontecesse. Nada acontecia.

Caminhava pelo largo tentando por os pensamentos em ordem. Andando, como quem não quer nada, foi abordado por uma imensidão de sentimentos que não paravam de aflorar em seu peito. Gostaria de correr, e talvez pensasse em voltar ao hábito do cooper. Andava fazendo muito frio e seu desejo não tornara-se ainda fato porque ele simplesmente não desejava de verdade. Mas andava, e nos últimos e íntimos tempos, como andava. Resolvendo as coisas, ocupando a cabeça, produzindo idéias novas, planejando as coisas. Não era esse um costume muito seu, mas ultimamente tem prezado um pouco pela razão. E, embora seu principal defeito e talvez melhor qualidade fosse a pacionalidade andava pensando em tornar-se um tanto sério e racional.

Racionalmente continuava seu caminho com cerca de quinze mil coisas importantes e imprescindíveis que poderiam ficar eternamente adiadas, tentando organizar seu dia e as coisas a fazer. Não fez nada do que devia. Não sentiu culpa. Não sentiu remorso. Apenas sentia um felicidade pois por pior que as coisas estivessem estavam ótimas. Estavam acontecendo. Estavam nos eixos, desorganizadamente nos eixos.

Um café, ele disse, Preciso de um café. Entrou no primeiro café decente que encontrou. Sim decente, pois ultimamente tinha adquirido o péssimo hábito, e por gosto mesmo, de comer em pastelarias orientais sujas. Entrou no café, sentou-se a mesa e decidiu-se por um expresso pequeno com sorvete de creme. Descobriu, então a importência dos pequenos prazeres.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Thèâtre de Soleil.

Ariane Mnouchkine, nasceu na França a 3 de março de 1939. Filha de Inglesa com pai franco- russo produtor de cinema, teve sua formação acadêmica em Oxford e na Sorbone. Em 1961 Dirigiu "Gengis KAN" PARA A Associação de estudantes de Paris que serviu como mipulso para a criação do Thèâtre de Soleil.Em 1963 funda em Paris o Thèâtre de Soleil após uma viagem à Ásia. Ariane é liga a um teatro vanguardista. Torna-se uma vencedora em um campo quase que exclusivamente machista. As características de seu trabalho são a escolha dos espaços cênicos, principalmente, pois sempre são inusitados. Praças públicas, ginásios, galpões abandonados Transformam-se em palco já que tem certa aversão ao tradicionalismo do formato italiano. Em sua chácara no interios da França onde vive, juntamente com seu grupo Ariane desenvolve um trabalho formatado para o desprendimento. Atores maquiam-se, vestem-se, e até aquecem-se em frente ao público; quebrando assim os padrões do teatro tradicional. Metodologicamente Ariane Mnouchkine usa o processo colaborativo, muito usado atualmente, ou seja, seus espetáculos resultam sempre da contribuição de todos os integrantes da troupe. Tendo o diretor alcançado um patamar elevado, no trabalho do Thêâtre de Soleil essa figura torna-se descartável e resulta em um trabalho coletivo, ritualíestico, e com traços de Commédia Dell'arte.
O principal ao meu ver no trablaho de Ariane é a busca de um trablaho coletivo, interativo em que o público também torna-se agente e sem os rótulos habituais do teatro segregatório, sem a dicotomia habitual de diretores ou técnicos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma Jóia da Coroa no coração de Minas


O que dizem a respeito de Minas Gerais torna-se completamente real no momento em que se pisa na pátria do pão de queijo. Percebe-se pela sua arquitetura imponente de um passado glorioso e dourado mas também pela sua gente na capital. A colonização escravizatória deixou traços, e pode-se observar nas faces que encontramos na rua, seja em Belo Horizonte ou Ouro Preto.

Quando olho para o Brasil nessa imensidão de cores, gostos, costumes e distâncias absurdas fico mesmo impressionado com a simplicidade e solicitude das pessoas em determidos lugares. E também com falta dela em outros lugares.

Participando do Festival de Cenas Curtas do Grupo Galpão, meus colegas e eu a maioria pela primeira vez em solo mineiro aproveitamos para dar um pulinho em Ouro preto. Pudemos ver a graça colonial dourada que guarda ainda hoje um passado de glória pelo ciclo do ouro e dor pela escravidão. Suas ladeiras íngrimes e estreitas entrecortadas por ruelas mais estreitas ainda entre os casarões que foram de contratadores da coroa portuguesa ou comerciantes são hoje cenário de lojas de móveis, artesanatos, chocolaterias, cafés, e restaurantes, movimentando o turismo local. Sem falar nos artesanatos de pedra sabão e vendedores de pedras preciosas que andam na rua a procura de clientes.

O povo, recatado, de olhar tímido mas intenso e sorriso singelo não nega hospitalidade e gentilesas em troca de nada. Pelo simples prazer de ajudar dão informações sobre pontos turísticos e ainda dicas sobres os locais visitados. Praticamente um serviço de guia, gratuitamente. Acolhedor - isso eu digo em todos os sentidos - o povo de minas tem um jeitinho particular de se portar. Uma maneira que eu não saberia explicar. "Oh Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais. Ciche eu sei, mas a mais pura verdade Meu coração fica em parte aqui esperando o dia de retorno à pátria do pão de queijo.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O dia do tapetinho.

Hoje, incomumente fiquei em Curitiba no feriado, e como não de costume resolvi ver nossa maravilhosa cidade pseudo Londrina(Londrina de Londres ok?). Saí de casa com propósito de andar, flanar pelas ruas de Curitiba para ver o que ela me oferecia.
A contemplação é sempre evolutiva. Saí na tentativa de descobrir porque era feriado. Não me lembrava mesmo porque todos paralisam em plena quinta-feira, alguns emendando no fim de semana. Logo algumas quadras abaixo da minha me deparo com a Avenida Cândido de Abreu. Avenida que corre boato seria "baseada?" na Chanps Alisée. Sempre palco de qualquer manifestação pública nessa cidade, como A Parada "Diversidade", o"CARNAVAL" de rua e - exceto é claro, as estudantis ou pelos direitos da mulher que geralmente são na Praça Santos Andrade - o lugar tinha se transformado em um verdadeiro tapede te serragem e gente! - Pronto, exclamei -É o dia do tapetinho. Nunca entendi muito bem o significado dessa data comemorativa (não coloquei outras aspas pra não ficar demais) Acho que é quando ... bom não vou saber explicar. Sei que é o dia em que as pessoas vão fazendo tapetes de serragem e no Final limpam tudo.
Bom estava eu sentido centro, indo, como quem não espera nada. Eu estava realmente me divertindo, achando interessante os desenhos. Havia um com o símbolo do vaticano, outros feitos no trucão com TNT(urg) e pintados em uns painéis de tecido mau feitos. Não se fazem mais padres com o antigamente... Na metade do caminho eu percebi uns olhares católicos em minha direção. Me senti um herege sendo acusado pela população insana. Os olhares eram de reprovação, e comecei a acreditar que tinha feito algama coisa errada. Estava caminhando a Avenida toda em um feriado Santo com uma blusa com as seguintes escrições "Exú café" . Quando percebi achei graça e continuei. Resolvi dar um entrada no Shopping Mueller, estranhamente o interior do shopping estava mais lotado do que a rua do tapete. Acho que os feriados viraram mesmo datas comemorativas dos vendedores e resorts, com Loiras peitudas tomando agua de coco sem canudo. Enquanto nós aqui no frio Curitibano nos contentamos com a de caixinha comprada no mercadorama.
Chegando no largo da ordem. Fui recebido literalmente por uma chuva de papel picado, como chama aquele papel prateado que usam em formaturas...? enfim...foi bonito. em direção a Federal praça Santos Andrade me deparo com a cena mais linda de todas. A Limpeza. Isto é , lindo seria se quem fez a sujeira fosse limpar não os varredores de rua que infelizmente não puderam aproveitar o feriado santo do tapetinho de serragem. Estavam varrendo os pecados alheios...

domingo, 7 de junho de 2009

E Eu respiro.

Limpei, tirei o pó, organizei enumerei e, por ordem alfabética levando em consideração o tamanho dos livros, Cd's e DvD's. Arrumeu tudo na esperança de que os passos que dava em direção a porta de saída me levassem a qualquer lugar longe, apenas longe de mim mesmo. Caminhar pelas ruas me faz sentir em uma direção certa. Me faz sentir como se eu soubesse exatamente para onde estou indo. E gosto de pensar que sei...
Caminhei indo obstinadamente para lugar algum, obstinadamente eu não sabia para onde estava indo. Embora acredite que sempre saiba. Embora goste também de acreditar que sempre sei do lugar certo do destino certo de todas as coisas devo admitir que não faço a mínima idéia. O fato de não saber me dá vonta de de gritar. Mas eu não grito. Eu respiro, deixo que o ar faça por mim o trbalho de encontrar soluções para tudo. Sempre que opto pela opção "respiração" as coisas se encaminham de uma forma absurdamente efeciente. Sempre que opto por estar no controle de tudo os destinos e sentimentos sempre me escapam pela mão.
Nesses tempos de tosse brava, nesses tempos de frio sozinho, Nesses tempos de coração partido, de Ilusões perdidas e amor partindo para longe eu só respiro. Porque o Amor já partiu.... partiu para longe e uma certeza incerta me faz lembrar todos os dias a felicidade que tive e já não mora comigo. Me faz lembrar das noites de caos em meio as multidões, que como eu procuram em fugas alcóolicas um beijo com gosto de verdade. E na procura vã voltam tristes e se fecham para a realidade triste da condição de ser humano: Estamos sós. Me faz lembrar que a tosse é fruto das noites de insônia pela cidade. Me lembrar que o buraco que ficou precisa ser preenchido, e logo.
Dizem que só se ama uma vez na vida, dizem que os anos são vorazes e que o tempo devora. Enquanto eles dizem asneiras piegas e filosóficas eu respiro abrandando minha alma inquieta. À procura de qualquer coisa fora do lugar eu estou entre os números infinitos da previdencia social. Incrivelmente otimista, disposto a fazer dos dias melhores possíveis, porque "eles" têm razão o tempo devora.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Penso que....

No teatro costuma-se falar dentre outras coisas em um trabalho de energia. Dia desses lendo um livro de um teórico que fala sobre o "espaço vazio" , "Energia de trabalho", Peter Brook. E dentre os devaneios que tive ao redescobrir coisas antigas, nessa leitura comecei a pensar em coisas que nunca antes tinha pensado por pensar serem óbvias.
Essa energia que criamos em cena deve atravessar o silêncio. Devemos criar uma contração da realidade que de tão compacta deve suscitar no espectador algum tipo de reação proposta pelo artista.À partir desta averiguação fica uma pergunta: devemos "INTERPRETAR" ou "REPRESENTAR" um papel?Lembrando que o termo interpretar significa: "fazer uma leitura de" e representar "estar no lugar de".
Devemos talvez enquanto atores criadores viver uma realidade forjada de emoções vazias ou criar possibilidades práticas para que a vida seja tão palatável quanto na realidade?
São perguntasque me faço sem esperar uma resposta correta. Não existem repostas corretas. Existem infinitas possiblidades para infinitas pessoas. E infinitas verdades.
Esse paradóxo de viver a vida de muitos sem confundir com a sua própria é excitante no sentido de poder dar vazão à própria vida. Sem usos exagerados de amoções é claro, sempre conservando a lucidez desejada de um ator.
Perdi o foco central desse texto, talvez porque ainda esteja em dúvida com relação aos temas espaços e silêncios da cena. Acredito um dia poder definir essa força, essa energia que existem em apresentações em particular. É uma energia que permeia todo o espaço cênico e platéia. Uma energia que une todos em um só ritual e deixa tudo em uma só sintonia.

sábado, 30 de maio de 2009

Se possível depois do banho.


Depois de quase postar um texto decidi apagar tudo e começar novamente. Sim, porque estava me desviando do assunto central deste blog ( se é que ele tem algum) . Cotidianamente eu,tu, ele, nós, vós, eles, leem . Assim que abrimos os olhos somos quase estuprados por uma série de informações insignificantes ou não que nos ditam direções e regras a serem seguidas. Quando entramos no chuveiro temos de verificar se a água está quente ou fria, inverno ou se alguém colocou o chuveiro na posição verão. Depois lemos os rótulos dos shampoos e sabonetes com ou sem glicerina. Aí nosdeparamoscom os rótulos dos desodorantes, pomadas, cremes, e perfumes. Temos que conferir a agenda e ver que em que dia estamos. Quando finalmente conseguimos sair de casa nos deparamos com um mundo cheio de visuais maravilhosos criados para nos atrair a atenção ou mesmo anúncios de cartomantes russas que cobram por hora.
Nos ônibus, mensagens auditivas nos lembram de sermos pessoas melhores e mais educadas, nos mobiliários urbanos mensagens nos recordam que temos de ser caridosos enquanto em outdoor's outras subliminaridades nos lembram que precisamos comprar o presente do namorado(a) ou que devemos ser mais bonitos, sofisticados ou ter mais coisas para sentirmos falta de outras MAIS.
E nessa altura do campeonato nossa noção de leitura se perdeu completamente. Passamos o dia forçadamente sendo obrigados a ler coisas que não fomos a procura. Passamos o dia, - e isso piora para quem vÊ televisão - passamos o dia sendo manipulados por outras pessoas e esquecemos quem realmente somos. Sim, meu amigo, nada mais vêm por acaso e nos tempos de gripe suína nada mais é seu de verdade.
Então nessa procura insana por um pouco de verdade, não uma verdade fria e absoluta. Uma verdade sua, e outra minha. Nessa procura por um pouco de essência nua e humana, é que tentamos manter o centro gravitacional do intelecto e ficar por fora disso. ficar por fora não significa ignorar. Não. Significa aceitar a existência mas manter-se à gauche dessa coisa toda. E tentar então, mesmo com todos os compromissos diários e afazeres usuais, achar um tempo pra se entregar à leitura e deixar que sua mente sozinha trace as retas e monte os cenários, e sem subliminaridades manipuladoras. Se possível depois do banho.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Limpeza de pele e base, ou um texto do Caio.


Hoje sem muita inspiração ou apenas com preguiça de pensar e escrever sobre coisas que já foram escritas ou proferidas por outras pessoas decidi postar um texto que acredito ser bem propício para o dia de hoje. Porque hoje, bom, hoje tentei ver um filme, tentei ler um livro, tentei estudar, tentei conversar, e só o que consegui foi limpar a casa, na esperança de que a limpeza trouxesse algum movimento interessante para mim. Imediatismos À parte, hoje especificamente eu fui falho em todas as tentativas de enxergar o lado bom.
E alguma coisa me deixa inquieto, me deixa arredio e pronto para responder prontamente com grosseirias a quem quer que me de bom dia! Mas eu sufoco. Eu mantenho o monstro guardado porque se ele sair pode ser perigoso até mesmo para mim. E nesses dias cinzentos de caos urbano eu me isolo. Me isolo de mim mesmo pretendendo fingir ser outro ou que minha presença seja ignorada por mim mesmo. Mas nunca isso é possivel. Sinto falta do irrecuperável, sinto falta do irrefútável. Eu sinto falta de mim mesmo ou... de um pedaço de mim que deixei partir e não me quer mais.

Não há limpeza de pele que resista às influências internas do organismo. E nesse caos urbano, tudo que se deseja é uma pele sem poros aparentes, sem espinhas ou manchas causadas pela exposição excessiva ao sol. VocÊ pode limpar sua casa, jogar fora o lixo que transborda, deixaro chão brilhando e o ambiente cheiroso. Mas por dentro continua tudo igual. Então sorriso no rosto e um ar agradávél, afinal de contas ninguém tem nada a ver com seus problemas babe.

Bom...é isso.



O dia em que Júpiter encontrou Saturno

- Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
- Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever carta e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
- Vou ver Saturno e me lembrar de você.
- Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.
- Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
- Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
(Silêncio)

Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Deixei de ter medo das horas...

Eu tenho medo do Tempo. Esse grande vilão que engole tudo por onde passa e varre de nossas vidas as coisas mais interessantes, mais importantes. Sempre substituindo por outras novas.
Eu desejaria não me flagrar cozinhando para companhia de mim mesmo uma receita de molho branco que aprendi contigo. Ou lembrando das coisas que e conceitos que discutíamos. Eu prometi que não choraria e prometi que não sentiria medo ou frio. E estou me saindo muito bem, Estou me saindo maravilhosamente bem.
Deixei de ter medo do tempo. Deixei de ter medo das horas. Deixei de ter medo ds faltas.
Aprende-se muito cedo que o medo nos afasta do perigo, não sei se desejo me afastar do perigo. Na verdade quero me jogar de corpo inteiro, desejo ser consumido pelas chamas do infferno. Porque quanto mais trade vc fica, mais velha fica a possibilidade de voltar atrás.
Trágico talvez, bom eu sou trágico mesmo... De tudo, creio ter ficado um desejo incrível de ser feliz. Um desejo único e meu de ser feliz e isso pode parece bem piegass, talvez seja. Mas é um desejo que se estabelece dia-a-dia. Continuo o mesmo.
Continuo o mesmo e me pego sorrindo feliz sem saber o motivo. Acho que isso deve ser o resultado de viver, de encarar as horas seja lá como forem. Fazia tempo que não dedicava tanto tempo para mim. Fazia tempo que não me divertia sozinho. Não importanta quantas horas sejam necessárias para terminar uma tarefa, ela tem que ser terminada.
Hoje, consigo estabelecer uma ordem para minha vida, consigo estabelecer uma rotina, satisfatória que me faz ter o controle sobre meus atos. E se eu perco a cabeça, e se eu me atiro nos corpos é porque desejo. É porque nada me prende. E olha que talvez eu gostaria de estar preso.

sábado, 11 de abril de 2009

Isso nem sequer chegou a ser....

Preso entre a vontade de viver tudo de uma vez só e a necessidade de estar pleno de capacidade intelectual . Eu, como sempre, fico estático. Porque segundo pesquisas, esse é uma reação do corpo humano diante do medo. Seus músculos travam, você fica paralizado e espera as coisas voltarem ao normal para poder raciocinar com cuidado e achar uma solução para a situação de perigo. Não é bem de perigo que falo, ou pretendo falar. É APENAS dessa característica engraçada que penso ser comum a grande parte.
No fim nem sei direito porque escrevo essas coisas. Acho que o ócio mau aproveitado me deixa assim.
Engraçado como funciona o macanismo de defesa, engraçado. E acredito que a paralizia que me toma agora é fruto desse medo de tudo. É FRUTO do século xxI temos sempre muito medo das coisas. Dos bandidos, polícia, Dos pedintes na rua. E acabamos nos habituando a ter medo. E por isso talvez precisemos de alguém em que confiar cegamente. Mas não há esse alguém.
Bom, ando sem muita inspiração então é obvio que esse texto não foi de uma poesia ímpar. Ele nem sequer chegou a ser .

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O descanso de Narciso


Um barulho na fechadura. Ele entra em casa depois de um dia cheio de afazeres. Depois de passar na casa de um amigo e conversar um pouco sobre a vida e sobre a real situação de seu coração. Ele desejaria não ter o poder de discernimento entre reale ireal. Como gostaria de não acordar em certas manhãs de dia nublado. Mas ele chega em casa, larga sua bolsa em uma cadeira que fica no canto de seu quarto. Senta-se na beirado do que chama de cama e por alguns momentos dá-se o direito de não existir. Ali trancado em seu quarto,fechado em sua solidão mais íntima ele pensa no amor que talvez houvera jogado fora por uma impulsividade tão característicamente sua e ao mesmo tempo comum a todos os outros de sua idade. Nesse breve instante ele lembra de momentos onde fora feliz, mas lembra-se também que a felicidade não é um troféu que se consegue depois de uma vida de sofrimentos. E sim, breves momentos onde se consegue respirar ar puro.
Levanta-se, vai até o banheiro. Olha-se fundo nos olhos e deseja que o dia que passou seja pior que o que virá. Olha bem fundo dentro dos olhos e sente a tão famosa para sí; a dor que vai lhe subindo pela garganta. QUE desde que alguma coisa acontecia em sua infência e era proibido de chorar essa dor o vinha visitar e as lágrimas ficavam guardadas. Então, tirou a roupa, entrou debaixo da quente água que caía por suas costas descendo pelos quadris largos, fazendo parecer de mármore o glúteo e se perdendo entre as pernas.
Aquela água era a purificação de que precisava para talvez no outro dia desejar levantar. Saindo com ar ainda pesado seca-se bem em todas as partes e percebe que entra uma corrente de ar incõmoda. Vai até seu quarto e fecha a janela. Veste algo para dormir,sempre branco. deita-se e ainda com a luz acesa pensa se não seria melhor terminar por uma vez mais dormindo eternamente. Já não consegue se concentrar, já não fala com tanta desenvoltura como antes. Já não come, já não diz tantas bobagens. Já não sorri. Esta cansado e deseja apenas dormir. Dormiria o dia todo se pudesse. Mas ele não pode.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sempre falta alguma coisa.


O festival de Curitiba mostrou-se mais um vez ser apenas uma vitrine abarrotada de espetáculos onde o público, atônito, não sabe o que ver. A partir dessa premissa, tentamos enquanto artistas, filtrar um pouco de qualidade no que diz respeito a espetáculos de teatro.No fringe, grupos de Curitiba, do Brasil e até da América do sul, desdobram-se em esforços, e até mesmo financeiramente desgastam-se para poder mostrar seu trabalho que muitas vezes, por falha do próprio festival que permite a superlotação em nome do retorno financeiro; e falta de divulgação do grupo não tem sequer um espectador na platéia. Enquanto com a platéia quase sempre lotada os espetáculos da mostra Principal cobravam ingressos a preços "bem populares".
Repete-se, como em anos anteriores, a superlotação em espetáculos de humor “fácil” e mau feito. Tristeza. Essa é a palavra que me vem a cabeça quando penso na quantidade de peças interessantes que se perderam por falta de público.
Um fator que me deixou curioso foi a ausência das outras manifestações que pareciam ser propostas pela organização. Onde estava a gastronomia, o cinema, a dança? Parece-me que houve uma perca dos valores culturais, se é que algum dia existiu nesse festival.
Já que estamos falando de um festival puramente comercial, onde não existem espaços para discussão sobre arte, minhas esperanças estavam nos eventos propostos pela organização. Eventos que deveria unir para trocar figurinhas os atores e técnicos, na verdade segregaram a classe artística já que ficavam totalmente fora do coração do festival e por preços absurdos. Resultado: Festas vazias. Os encontros surgiram naturalmente entre os integrantes do fringe.
Positivamente só posso citar a troca que aconteceu assistindo espetáculos de outros países, como Angola e Chile. Linguagens diferentes são sempre bem vindas; pois formam repertório e aguçam a visão de um olhar mais crítico, aberto e respeitador de diferentes tipos de trabalhos. Sempre positiva é a movimentação criada pelo festival na cidade, que bem ou mau sempre possibilitam uma troca interessante entre os artistas locais. Mas como tudo na vida, sempre falta alguma coisa pra ficar perfeito.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sem a tua, SEM A TUa, sem a tua companhia...

Estava indo tomar banho para dormir e antes, porém, resolvi dar uma fuçada no orkut de alguém para ver as fotos. Apenas, ver se tinha feito alguma coisa de novo, se tinha viajado, conhecido alguma pessoa nova. Ao que tudo indica continua no ciclo normal.
Desejaria eu não ter esse desejo de bisbilhotar. Não porque não ache saudável. Apenas porque as vezes dói, dá uma pontadinha de dor no coração e sobe pela garganta e pára. Acho que essa é a origem dos meus problemas de garganta.
Não acho saudável escrever sobre um tema recorrente não só nesse, mas em todos os blogs do mundo. Sem falar na literatura, poesia, dramaturgia, pintura, enfim. Todos falam sobre o amor. Seja ele no estado líquido sólido ou em forma de vapor.
Eu amo porque não sei fazer outra coisa do coração que trago aqui dentro. Se escrevo disso, no momento, é porque ainda há alguma coisa dizendo que tem uma faísca aqui prestes a explodir tudo. Se escrevo desse tema recorrente é porque ainda o carinho não se apagou.
E, não, não vou ser hipócrita a ponto de dizer que superei e que consegui seguir a minha vida. Poderia se quisesse, mas não vou. Tentei buscar em outros passos o camiho que trilhava com vc mas não consegui. Senti nojo de mim, só isso. Procurei em outros corpos o teu, teus abraços nunca estavam lá.
Devia ter pensado nisso antes de destruir com tudo né?? Devia ter pensado nisso antes de acabar com tudo né? Eu preciso de notícias suas, estou cansado de inventar desculpas pra vc falar comigo e cansado de ouvir desculpas que os "pombos corrreios" dão de sua ausência, dormência ou má vontade. Quero saber se parou de fumar, se está se exercitando, comendo direito, se está comendo menos chocolate, como está no trabalho, se descobriu um jogo novo, se quer jogar gamão comigo.
Eu tento. Tento ser engraçado e por vezes até consigo. Tento ser sério e por vezes deixo de rir. Tento ser o cupado, e por mais que deixe meu dia cheio fico infeliz, e me lembro da falta que me faz sua cia.
Passou-se quase um mês e eu não consigo. eu não consigo deixar vc partir. e ESTE TEXTO RECORRENTE de amor é porque eu não falo disso com ninguém. Não consigo. Fico confuso, deixo as pessoas confusas. Coloco um sorrisão lindo no rosto e vou... Vou como quem não tem pra onde ir, como quem tem na alma um profundo tédio. Tédio que me faz encher a cara sem motivo aparente.
O buraco da minha vida se torna mais vazio sem vc . E o que me dói é saber que vc é forte o suficiente pra não transparecer sofrimento... e isso me deixa em dúvida se vc tem ou não sofrido. Não que eu deseje que vc sofra por mim. Não. SÓ me sinto um enorme nada, me sinto alguém que passa. Porque se eu não causo dor é sinal que eu nunca te dei motivos pra gargalhar, é sinal que as gargalhadas foram vãs, que os passeios foram invenções e que as noites foram sonhos. É sinal que eu sou um incompetente no quesito amor e devo ter estragado o nosso.
Derrepente eu fico confuso, escrevo o pior texto que ja escrevi; com uma pontuação que daria vergonha a uma criança de 4ª série, que nem era para ser uma carta pra vc . E se tornou porque eu sei que seu navegador te mostra as atualizações toda manhã.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Por que os outros são os outros.

Engraçado o que a distância pode fazer vc sentir falta de alguém e como ela pode ser relativa. Derrepente vc sente uma vontade de chorar que vem do seu estômago e vai subindo pelo sitema digestivo e chegando na garganta, provocando a angústia. Que vai terminar em tornar-se uma lágrima salgado caindo pelas bochechas rosadas.
Sentir saudade é tão difícil de explicar. Acredito ser uma relutância de todos nós com a mudanças inerentes a capacidade de viver. Sentimos falta dos amigos e dos ano de escola. Sentimos falta dos nossos avós que morreram. Sentimos falta dos amigos que foram morar em outro lugar. Sentimos falta e saudade de nossos olhos aos dezesseis anos. Sentimos falta dos momentos que passamos com uma pessoa e que sabemos, podem nunca mais acontecer novamente. Eu nucna entendi direito porque um blog deveria ser algo de impessoal. Porque um dia me falaram " Não use seu blog como terapia". Eu pensei e descobri que uso porque a criaçã ovem do meu lado sentimental. A minha imaginação funciona a partir de fragmentos do passado ou presente de pequnos momentos que sentirei firmes e vívidos na memória.
Não desejo voltar atrás, apesar de uam aprte de mim desejar. Desejo é aprender a abandonar as pessoas, aprender a deixar fluir. Desapegar porque elas devem ser livres e sempre estarem ao mesmo tempo ligadas a mim. Desejo que todos que me são caros e estão longe estejam felizes. Com ou sem mim desejo aprender a deixar as lágrimas levarem a tristeza embora. Desejo não ter atrás de cada soriso um pedido de ajuda.
Mas o importante é que a capacidade de aprender de um ser-humano é ilimitada. Aprendo, mais cedo ou mais tarde a deixar as pessoas irem, irem porque elas querem. Porque precisam. Porque é necessário. Porque, por mais que duas pessoas se gostem elas podem se machucar juntas e e melhor estarem separadas. Sempre virão pessoas novas com novas características, novos ares, novas cores, manias e sorrisos. O importante mesmo é aprender que sempre vão existir outros que nunca vão ocupar o lugar dos que não estão aqui.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As coisas que não posso esquecer, e nunca anoto.


É terceira vez que tento escrever alguma coisa, e no terceiro parágrafo me deparo com a falta de criatividade e defenestrotudo. Acho que algo se foi. Algo que me era extremamente caro se perdeu. É como se as idéias ficassem confusas e cada vez mais distantes. Uma paz interior que me ungia o corpo esvaneceu pelo ar. Vontade de defenestrar o mundo (Adoro essa palavra) .
Não quero continuar o mesmo ciclo anterior de desejos insólitos e toda essa teimosia e frivolidade pretendo abandonar. E não quero mais me jogar nos braços do mundo para curar coração partido.
Quero ver se acho em algum lugar perdido sei lá onde. Quero a ordem correta das coisas do mundo. O lugar das minhas verdadeiras coisas. Quero ver se me acho refletido em qualquer coisa que não sejam os olhos de outro. Não gostaria de falar disso quando iniciei o texto. Não sei do que gostaria de falar. Na verdade as coisas que eu quero dizer ficam presas entre meu sorriso. Quero uma porção de outras coisas que preciso anotar pra não esquecer, e nunca anoto.
Mas, das constatações que venho fazendo a algum tempo, a malhor sem dúvida é " sempre tem um dia depois do outro" E, sério, isso serve pra tudo. Tanto para a dívida do cartão de crédito quando para um término de namoro. Só que diferente do cartão de crédito que só almenta o valor da sua fatura, oTérmino do namoro tende a diminuir o valor que a pessoa em questão tinha(salvo exceções).
Ouço claramente as batidas do coração leviano, que, como diria Paulinho da viola "trama em segredo teus planos, parte sem dizer adeus." O importante é que entre mortos e feridos salvaram-se todos. Escapamos ilesos do mergulho que demos em nós mesmos quando nos deparamos com um relacionamento.
Estou com a escrita um pouco morta hoje. O valor que estas palavras têm se perde no momento que deixam minha cabeça. Por que agora não há ninguém para jogar gamão, nem comer de hashi. Por que pra mim não há como medir o valor que tinha o coração que se ligava ou ao meu. Não há. Como medir o tamanho da dor ao me ver novamente como ser-humano que sou: sozinho, no lugar que chamamos de casa.